Assessoria de imprensa não é jornalismo: conflito de interesses no Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros

Autores

  • Virginia Pradelina da Silveira Fonseca Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.3.14355

Palavras-chave:

Jornalismo, Ética jornalística, Assessoria de imprensa

Resumo

 O presente artigo sustenta a impossibilidade ética de conferir estatuto de jornalismo às atividades de assessoria de imprensa. Para isso, discute-se primeiramente o ‘dever ser’ do jornalismo e do jornalista, a partir de uma perspectiva deontológica, que se interroga sobre o imperativo categórico dessa prática social e dessa profissão. A seguir, analisam-se alguns artigos do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que parecem mais promover do que mitigar a confusão entre duas práticas sociais que, apesar de exercidas por jornalistas, têm obrigações morais específicas. Por fim, argumenta-se que, face ao seu imperativo dever de verdade e compromisso com o interesse público, o jornalismo ocupa uma posição no campo social que é de confronto e, eventualmente, tensão e conflito com os interesses das assessorias de imprensa. Conquanto constituam modalidades de comunicação, e embora possam colaborar entre si, não podem ser regulados pelo mesmo código deontológico.

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Biografia do Autor

Virginia Pradelina da Silveira Fonseca, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutora, professora e pesquisadora do Departamento de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Publicado

2014-01-14

Como Citar

da Silveira Fonseca, V. P. (2014). Assessoria de imprensa não é jornalismo: conflito de interesses no Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Revista FAMECOS, 20(3), 711–729. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.3.14355

Edição

Seção

Jornalismo

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