A trajetória de Rosa Maria Egipcíaca e o silenciamento cultural dos africanos no romance de Heloisa Maranhão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.1.35115

Palavras-chave:

Rosa Maria Egipcíaca. Metaficção historiográfica. Revisionismo. Escravidão.

Resumo

Este estudo busca analisar o romance Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz (1997), de Heloísa Maranhão, apontando como essa narrativa revisa a realidade histórica do período colonial ao abordar aspectos ligados à condição feminina e ao apagamento cultural dos africanos escravizados. Para tanto, primeiramente, será analisada a relação entre a ficção e o documento histórico através da pesquisa de Luiz Mott (1993) sobre a africana Rosa Maria e do romance escrito por Heloisa Maranhão. Por conseguinte, serão averiguadas as características da metaficção historiográfica cunhadas por Linda Hutcheon (1991) presentes no romance, e também a forma como as questões históricas são articuladas na narrativa, levando em conta a trajetória da personagem Rosa Maria Egipcíaca.

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Biografia do Autor

Francine Vargas dos Santos Damasceno, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS

Mestranda em Estudos de Literatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil).

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Publicado

2020-04-08

Como Citar

Damasceno, F. V. dos S. (2020). A trajetória de Rosa Maria Egipcíaca e o silenciamento cultural dos africanos no romance de Heloisa Maranhão. Letrônica, 13(1), e35115. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.1.35115