Mulheres e literatura: vozes de reconhecimento, transgressão e identidade
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.1.34935Palavras-chave:
Literatura afro. Mulheres. Poesia. Identidade.Resumo
O interesse deste artigo é tratar de vozes de escritoras negras que representam sua condição tanto no plano individual quanto coletivo. Para tanto, a proposta é estudar a poesia da brasileira contemporânea Cristiane Sobral e o poema “Me gritaron Negra”, da peruana Victoria Santa Cruz (1923-2014), a fim de compará-las quanto ao modo de reconhecerem-se negras e às suas afirmações identitárias no campo literário, por meio da representação de múltiplas vozes e as raízes ancestrais. Para a discussão teórica e crítica, centraremos em Deleuze (1977), Bernd (1988), Spivak (1988); e Hall (2005). É importante ressaltar como a identidade é construída a partir do olhar do Outro em debate com o próprio sistema de pensamento, por conseguinte constataremos como as conexões que se estabelecem entre as múltiplas vozes presentes nos poemas reafirmam suas raízes ancestrais e de “identificação” vistas como “um processo em andamento” (HALL, 2006), e não como uma obra acabada e fixa.
Downloads
Referências
ALTHUSSER, Louis. Ideologia e aparelhos ideológicos de estado. Tradução de Joaquim José de Moura Ramos. Lisboa: Presença, s/d.
AVELAR, Lídia. Feminino plural. Negras do Brasil. In: FONSECA, Maria Soares (org.). Brasil afro-brasileiro. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, 1988.
BERND, Zilá. Literatura e identidade nacional. 2. ed. Porto alegre: Ed. UFRGS, 2003.
BOSI, Alfredo. Poesia versus racismo. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
CANDAU, Joël. Memória e identidade. Tradução de Maria Letícia Ferreira. São Paulo: Contexto, 2014.
CRUZ, Victoria Santa. Me gritaron Negra. Gritaram-me negra. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RljSb7AyPc0&t=14s. Acesso em: 3 mar. 2018. https://doi.org/10.4000/books.pupvd.3302
DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Vinhedo: Horizonte, 2012.
DELEUZE, Gilles; GUATARRI, Félix. Kafka por uma literatura menor. Tradução de Júlio Castañan Guimarães. Rio de Janeiro: Imago, 1977.
DELEUZE, Gilles; GUATARRI, Félix. Mil Platôs. São Paulo: Ed. 34, 1997. v. 5.
DUARTE, Eduardo de Assis; FONSECA, Maria Nazareth Soares (org.). Literatura afrodescendente no Brasil: antologia crítica. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2011. https://doi.org/10.1590/s2316-40182013000100016
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008. https://doi.org/10.17771/pucrio.tradrev.15905
FAUSTINO, Carmen; SOUZA, Elizandra (org.). Pretextos de mulheres negras. São Paulo: Coletivo Mjiba, 2013. Ilustrações de Renata Felinto.
FERREIRA ADERALDO, Marisa. Da tradução à emoção em A idade de ouro, de José Martí. Universidade Estadual do Ceará (UECE). Disponível em: http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/Vozes_Olhares_Silencios_Anais/Traducao/Marisa%20Ferreira%20Aderaldo%20pronto.pdf. Acesso em: 11 jun. 2018.
FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary. Tradução de Herculano Villas-Boas. São Paulo: Martin Claret, 2015.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Edições Loyola, 2012.
FRANCO FARÍAS, Lydda. Poemas circunstanciales. Coro: Ediciones del Ateneo de Coro, 1969.
GALLEGOS, Rómulo. Doña Bárbara. Barcelona: Araluce, 1929.
GLISSANT, Édouard. Introdução a uma poética da diversidade. Tradução de Enilce do Carmo Albergaria Rocha. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2005.
GORDON, Lewis. Prefácio. In: FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008. https://doi.org/10.7476/9788523212148
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
HALL, Stuart. Da diáspora – identidades e mediações culturais. In: SOVIK, L. (org.). Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003.
IANNI, Octavio. O preconceito racial no Brasil. Estudos avançados, v. 18, n. 50, jan./abr. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142004000100002. Acesso em: 03 jun. 2018. https://doi.org/10.1590/s0103-40142004000100002
MARTINS, Leda Maria. A oralidade da memória. In: FONSECA, Maria Soares (org.). Brasil afro-brasileiro. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
PAZ, Octavio. A imagem. Signos em rotação. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.
RANCIÈRE, Jacques. Política da literatura. Tradução de Renato Pardal Capistrano. Revista a! n. 5, p. 1-22, jan.
Disponível em: https://gravacaocontraamare.files.wordpress.com/2018/04/ranciecc80re-jacques-policc81tica-da-literatura.pdf. Acesso em: 10 jun. 2018.
SÁBATO, Ernesto. El túnel. Buenos Aires: Sur, 1948.
SOBRAL, Cristiane. Terra negra. Brochura: Malê, 2017.
SOBRAL, Cristiane. Não vou mais lavar os pratos. Brasília: Athalaia, 2011.
SOUSA, Elizandra; FAUSTINO, Carmen (org.). Pretextos de mulheres negras. São Paulo: Coletivo Mjiba, 2013.
SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa e André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Letrônica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Letrônica implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Letrônica como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.