As argumentações enunciativas

Autores

  • Marion Carel École des Hautes Études en Sciences Sociales

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2018.2.30470

Palavras-chave:

Argumentação, Enunciação, Tom, Atribuição.

Resumo

É por oposição à noção de representação que se define geralmente a enunciação. Nossos enunciados ao mesmo tempo representariam o mundo e comunicariam a atitude do locutor em relação a essa representação: este último poderia avaliar em termos de verdadeiro e de falso (Frege), declará-la desejável, ameaçadora (Bally), utilizá-la para ordenar, prometer, pressupor (Austin), ou ainda dá-la como o pensamento de outro (Bally). Ducrot, sabe-se, opôs-se a essa separação e, muito particularmente, à hipótese de que se poderia isolar, no interior do sentido de um enunciado, uma representação do mundo totalmente desvencilhada, limpa, de apreciações do locutor (ver, por exemplo, Ducrot (1993)). A Teoria da Argumentação na Língua, depois a Teoria dos Blocos Semânticos (TBS) foram construídas para dar um sentido positivo a essa rejeição de Ducrot. Assim, segundo a TBS, os conteúdos de nossos enunciados são assimiláveis a encadeamentos argumentativos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marion Carel, École des Hautes Études en Sciences Sociales

Linguista, especialista em semântica, estudos argumentativos e enunciativos. Diretora de Estudos na EHESS, École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, França.

Referências

AUSTIN, J. L. Quand dire, c’est faire, traduction de G. Lane. Paris: Seuil. 1970 (1962).

BALLY, Ch. Linguistique générale et linguistique française. Bern: Francke et Verlag, 1944.

BENVENISTE, E. Problèmes de linguistique générale. Paris: Gallimard, 1966.

CAREL, M. L’entrelacement argumentatif. Lexique, discours et blocs sémantiques. Paris: Honoré Champion, 2011.

CAREL, M.; DUCROT, O. Mise au point sur la polyphonie. Langue Française, n. 164, p. 33-44, 2009.

CAREL, M.; DUCROT, O. Pour une analyse argumentative globale du sens. Arena Romanistica, n. 14, p. 72-88, 2014.

CAREL, M.; RIBARD. Témoigner en poésie. Poétique, n. 179, p. 39-55, 2016.

CORNULIER, B. Art Poëtique. Lyon: Presses Universitaires de Lyon, 1995.

DUCROT, O. Le dire et le dit. Paris: Editions de Minuit, 1984.

DUCROT, O. A quoi sert le concept de modalité? In: Dittma r, N.; Reich , A. (Éd.). Modalité et Acquisition des langues. Berlin: Walter de Gruyters, 1993. p. 111-129.

FREGE, G. La pensée. Ecrits logiques et philosophiques. Traduction de Cl. Imbert. Paris: Seuil.

FRENAY, A.; CAREL, M. Périodes argumentatives et complexes discursifs. Studdii de lingvistica. (à paraître).

HEREDIA, J.-M. Les Trophées. Paris: Galimard, 1981 (1892).

KIDA, K. L’anaphore conceptuelle au prisme de la Théorie des Blocs Sémantiques. Discours, n. 19, mis en ligne le 22 décembre 2016. Disponível em: <http://discours.revues.org/9217>. doi: 10.4000/discours.9217

LARR EGUY DE CIVRIEUX, M. La Muse de Sang. Paris: Société Mutuelle d’Edition, 1920.

LESCANO, A. Pour une étude du ton. Langue Française, n. 164, p. 45-60, 2009.

VODOZ, J. Une énonciation "photographique". Le cas d’Aloysius Bertrand. Exposé à la journée d’étude Linguistique et écrit, 3, tenue le 12 juin 2017, à l’EHESS.

Downloads

Publicado

2018-07-19

Como Citar

Carel, M. (2018). As argumentações enunciativas. Letrônica, 11(2), 106–124. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2018.2.30470