Os campos semânticos dos estudos dos bebês na educação infantil

Uma análise da produção acadêmica em artigos de periódicos brasileiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1981-2582.2020.3.37458

Palavras-chave:

bebê, creche, educação infantil

Resumo

A produção acadêmica sobre os bebês em creches nas pesquisas científicas remete a uma diversidade de campos semânticos com diferentes epistemologias, questões teóricas e metodológicas que organizam e fragmentam o conhecimento. O trabalho pedagógico em creches ainda carece de diálogo com essa produção acadêmica. O presente estudo discute a produção bibliográfica em artigos de periódicos que abordem questões sobre os bebês nas creches. Foram realizadas buscas utilizando a combinação dos descritores bebê ou bebês e creche, berçário ou educação infantil, em duas bases de dados: SCIELO e PePSIC, que identificaram 51 artigos entre 2007 e 2018. A produção se concentrou nos últimos cinco anos. As questões do desenvolvimento infantil são as mais abordadas nos estudos, seguidas da temática da interação. Quase todos os artigos relatam pesquisa de campo ou apresentam resultados de pesquisas de intervenção. Como conclusão, ressalta-se a necessidade de partir do bebê e da creche enquanto categorias próprias na discussão dos resultados dos estudos analisados e suas implicações para as políticas e práticas na Educação Infantil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Patricia Maria Uchôa Simões,   Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ), Recife, PE, Brasil.

Doutora em Psicologia Cognitiva e mestre pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, PE, Brasil; professora e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE/FUNDAJ).

Referências

Amorim, K. de S. (2012). Processos de significação no primeiro ano de vida. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 28(1), 45-53. http://doi.org/10.1590/S0102-37722012000100006

Amorim, K. de S., Anjos, A. M. dos, & Rossetti-Ferreira, M. C. (2012). Interactive processes among babies at a daycare center. Psicologia, Reflexão e Crítica, 25(2), 378-389. http://dx.doi.org/10.1590/S010279722012000200020

Amorim, K. de S., Costa, C. A., Rodrigues, L.A., Moura, G.G., & Ferreira, L.D.P. de M. (2012). O bebê e a construção de significações, em relações afetivas e contextos culturais diversos. Temas em Psicologia, 20(2), 309-326. http://dx.doi.org/10.9788/TP2012.2-03

Andrade, D. B. D. S. F. (2015). O potencial narrativo dos lugares destinados às crianças: incursões do grupo de pesquisa em psicologia da infância GPPIN. Fractal: Revista de Psicologia, 27(1), 16-21. http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/1339

Almeida, C. S. de, & Valentini, N. C. (2010). Integração de informação e reativação da memória: impacto positivo de uma intervenção cognitivo-motora em bebês. Revista Paulista de Pediatria, 28(1), 15-22. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822010000100004

Arenhart, D., Guimarães, D., & Santos, N. O. (2018). Docência na Creche: o cuidado na educação das crianças de zero a três anos. Educação & Realidade, 43(4), 1677-1691. http://doi.org/10.1590/2175-623676576

Barbosa, V. M. A. C., & Lima, N. L. de. (2018). O outro pluralizado no processo de constituição subjetiva. Psicologia Clínica, 30(1), 95-113. http://dx.doi.org/10.33208/PC1980-5438v0030n01A05

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Bassi, M. E. (2011). Financiamento da educação infantil em seis capitais Brasileiras. Cadernos de Pesquisa, 41(142), 116-141. http://doi.org/10.1590/S0100-15742011000100007

Becker, S. M. da S., Bernardi, D., & Martins, G. D. F. (2013). Práticas e crenças de educadoras de berçário sobre cuidado. Psicologia em Estudo, 18(3), 551-560. http://doi.org/10.1590/S1413-73722013000300016

Bossi, T. J., Brites, S. de A. N. D., & Piccinini, C. A. (2017). Adaptação de Bebês à Creche: Aspectos que Facilitam ou não esse Período. Paidéia (Ribeirão Preto), 27(Suppl. 1), 448-456. http://doi.org/10.1590/1982-432727s1201710

Bossi, T. J., Junges, A. P. P., & Piccinini, C. A. (2018). Fatores que interferem no processo de inclusão de bebês com deficiência física no berçário. Psicologia Escolar e Educacional, 22(2), 377-384. http://doi.org/10.1590/2175-35392018011348

Bossi, T. J., & Piccinini, C. A. (2018). A Vivência Materna do Processo de Separação-Individuação de Bebês que Frequentavam ou Não a Creche. Trends in Psychology, 26(4), 2031-2046. http://doi.org/10.9788/tp2018.4-12pt

Braga, N. P., Rezende, M. A., & Fujimori, E. (2009). Amamentação em creches no Brasil. Journal of Human Growth and Development, 19(3), 465-474. http://doi.org/10.7322/jhgd.19934

Brandão, D. B. dos S. R., & Kupfer, M. C. M. (2014). A construção do laço educador-bebê a partir da Metodologia IRDI. Psicologia USP, 25(3), 276-283. http://doi.org/10.1590/0103-6564A20134413

Bressani, M. C. L., Bosa, C. A., & Lopes, R. S. (2007). A responsividade educadora-bebê em um berçário: um estudo exploratório. Journal of Human Growth and Development, 17(3), 21-36. http://doi.org/10.7322/jhgd.19845

Cavaggioni, A. P. M., Oliveira, M. C. T. D., & Benincasa, M. (2018). Metodologia IRDI nas creches: relato de experiência na rede pública e privada. Semina: Ciências Sociais e Humanas, 39(1), 5-20. http://doi.org/10.5433/1679-0383.2018v39n1p5

Carneiro, A., Dias, P., Magalhães, C., Soares, I., Rangel-Henriques, M., Silva, J., ... & Baptista, J. (2013). Avaliação do temperamento aos 13 e aos 24 meses através do relato da mãe: validação da versão portuguesa do infant characteristics questionnaire. Journal of Human Growth and Development, 23(1), 71-79. Recuperado de http://www.revistas.usp.br/jhgd/article/view/50394/54512

Costa, C. A., & Amorim, K. S. (2015). Abreviação em relações de bebês com seus pares de idade. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 31(1), 15-23. http://dx.doi.org/10.1590/0102-37722015011798015023

Costa, N. M. S. da, & Amorim, K. de S. (2018). A co-construção do fluxo locomotor em processos interativos bebê-bebê. Revista Psicologia em Pesquisa, 12(3). http://dx.doi.org/10.24879/2018001200300489

Ferrari, A. G., Fernandes, P. de P., Silva, M. da R., & Scapinello, M. (2017). A experiência com a Metodologia IRDI em creches: pré-venir um sujeito. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 20(1), 17-33. http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2017

Flach, F., & Sordi, R. (2007). A educação infantil escolar como espaço de subjetivação. Estilos da Clínica, 12(22), 80-99. http://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v12i22p80-99

Fonseca, P. F. (2018). O Laço Educador-Bebê se Tece no Enodamento entre Cuidar, Educar e Brincar. Educação & Realidade, 43(4), 1555-1568. http://doi.org/10.1590/2175-623675614

Foucault, M. (2000). Microfísica do poder. (15a. ed.). Rio de Janeiro: Graal.

Frabbetti, R. (2011). A arte na formação de professores de crianças de todas as idades: o teatro é um conto vivo. Pro-Posições, 22(2), 39-50. http://doi.org/10.1590/S0103-73072011000200004

Gabeira, T. R., & Zornig, S.A. (2013). Os eixos do cuidado na primeira infância. Cadernos de psicanálise, 35(29), 143-158. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952013000200009&lng=pt&tlng=

Gabriel, M. R., & Lopes, R. de C. S. (2016). Transformações no Envolvimento Paterno ao Longo dos Seis Primeiros Meses do Bebê na Creche. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(3), 1-10, e32321. http://doi.org/10.1590/0102-3772e32321

Gaspar, M. D. L. R. (2012). Os impactos do FUNDEB na Educação Infantil brasileira: oferta, qualidade e financiamento. Revista Evidência, 6(6). Recuperado de https://www.uniaraxa.edu.br/ojs/index.php/evidencia/article/view/213

Gerzson, L. R., Catarino, B. M., Azevedo, K. A. D., Demarco, P. R., Palma, M. S., & Almeida, C. S. D. (2016). La frecuencia semanal de un programa de intervención motora en bebés. Fisioterapia e Pesquisa, 23(2), 178-184. http://dx.doi.org/10.1590/1809-2950/14923223022016

Golin, C. K., Toloni, M. H. D. A., Longo-Silva, G., & Taddei, J. A. D. A. (2011). Erros alimentares na dieta de crianças frequentadoras de berçários em creches públicas no município de São Paulo, Brasil. Revista Paulista de Pediatria, 29(1), 35-40. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822011000100006

Guimarães, D., & Arenari, R. (2018). Na creche, cuidados corporais, afetividade e dialogia. Educação em Revista, 34, 96-111, e186909. http://doi.org/10.1590/0102-4698186909

Klein, B. S., & Martins, G. D. F. (2017). Concepções de educadoras de berçário sobre desenvolvimento infantil e interação educadora-bebê. Temas em Psicologia, 25(1), 117-130. http://dx.doi.org/10.9788/TP2017.1-07

Martins, G. D. F., Becker, S. M. D. S., Leão, L. C. D. S., Lopes, R. D. C. S., & Piccinini, C. A. (2014). Fatores associados a não adaptação do bebê na creche: da gestação ao ingresso na instituição. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 30(3), 241-250. http://dx.doi.org/10.1590/ S0102-37722014000300001

Melchiori, L. E., Alves, Z. M. M. B., Souza, D. C., & Bugliani, M. A. P. (2007). Família e creche: crenças a respeito de temperamento e desempenho de bebês. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 23(3), 245-252. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722007000300002

Micarello, H., & Baptista, M. C. (2018). Literatura na educação infantil: pesquisa e formação docente. Educar em Revista, 34(72), 169-186. http://doi.org/10.1590/0104-4060.62731

Monção, M. A. G. (2017). Cenas do cotidiano na educação infantil: desafios da integração entre cuidado e educação. Educação e Pesquisa, 43(1), 162-176. https://doi.org/10.1590/s1517-9702201608147080

Nörnberg, M. (2013). Do berço ao berçário: a instituição como morada e lugar de contato. Pro-posições, 24(3), 99-113. http://doi.org/10.1590/S0103-73072013000300007

Oliveira, R. P. de. (2009). Tocar e trocar... o corpo, o afeto, a aprendizagem: uma experiência de formação continuada em um Centro de Educação Infantil. Construção psicopedagógica, 17(15), 91-110. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542009000200007&lng=pt&tlng=pt

Oliveira, T. P. de, & Gil, M. S. C. de A. (2008). Condições experimentais facilitadoras para a aprendizagem de discriminação por bebês. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 24(1), 5-18. https://doi.org/10.1590/S0102-37722008000100002

Pasinato, L., & Mosmann, C. P. (2015). Coparentalidade em genitores de bebês com indicativos de dificuldades de inserção escolar. Psicologia Escolar e Educacional, 19(1), 31-40. http://dx.doi.org/10.1590/2175-3539/2015/0191791

Peixoto, C., Barros, S., Coelho, V., Cadima, J., Pinto, A. I., & Pessanha, M. (2017). Transição para a creche e bem-estar emocional dos bebês em Portugal. Psicologia Escolar e Educacional, 21(3), 427-436. http://dx.doi.org/10.1590/2175-35392017021311168

Pesaro, M. E., & Kupfer, M. C. M. (2016). Um lugar para o sujeito-criança: os Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI) como mediadores do olhar interdisciplinar sobre os bebês. Analytica: Revista de Psicanálise, 5(9), 58-68. Recuperado de http://seer.ufsj.edu.br/index.php/analytica/article/view/2048/1395

Pesaro, M. E., Merletti, C. K. I. de, Pellicciari, F. S., Moratti, P., Pimentel, C. L., & Barreto, C. P. de O. (2018). Grupos de pais-bebês nas creches como estratégia de promoção da saúde mental na primeira infância. Educação e Pesquisa, 44, e183424. https://doi.org/10.1590/s1678-4634201844183424

Peters, M. (2000). Pós-estruturalismo e filosofia da diferença: uma introdução. (T. T. da Silva, Trad.). Belo Horizonte: Autêntica.

Piccinini, C. A., Polli, R. G., Bortolini, M., Martins, G.D.F., & Lopes, R. de C. S. (2016). Razões maternas para colocar ou não o bebê na creche. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 3(68), 59-74. Recuperado de https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=2290/229053337006

Prout, A. (2010). Reconsiderando a nova sociologia da infância. Cadernos de Pesquisa, 40(141), 729-750. http://doi.org/10.1590/S0100-15742010000300004

Rosemberg, F. (1984). O movimento de mulheres e a abertura política no Brasil: o caso da creche. Cadernos de Pesquisa, 51, 73-79. Recuperado de http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/viewFile/1462/1457

Rosemberg, F. (2010). Educação infantil pós-FUNDEB: avanços e tensões. In G. Souza. Educar na infância: perspectivas histórico-sociais. (pp. 171-186). São Paulo: Contexto.

Rossetti-Ferreira, M. C., Amorim, K. de S., & Oliveira, Z. de M. R. de. (2009). Olhando a criança e seus outros: uma trajetória de pesquisa em educação infantil. Psicologia USP, 20(3), 437-464. http://doi.org/10.1590/S0103-65642009000300008

Saccani, R., & Valentini, N.C. (2010). Análise do desenvolvimento motor de crianças de zero a 18 meses de idade: representatividade dos ítens da alberta infant motor scale por faixa etária e postura. Journal of Human Growth and Development, 20(3), 711-722. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822010000300006&lng=pt&tlng=pt

Saullo, R. F. M., Rossetti-Ferreira, M. C., & Amorim, K. de S. (2013). Cuidando ou tomando cuidado? agressividade, mediação e constituição do sujeito - um estudo de caso sobre um bebê mordedor em creche. Pro-Posições, 24(3), 81-98. http://doi.org/10.1590/S0103-73072013000300006

Seidl-de-Moura, M.L., Pessôa, L. F., Ramos, D. de O., Mendes, D. M. L. F., Fioravanti-Bastos, A. C. M., & Dias, L. B. T. (2014). Beliefs of Mothers, Nannies, Grandmothers and Daycare Providers Concerning Childcare1. Paidéia (Ribeirão Preto), 24(59), 341-349. http://doi.org/10.1590/1982-43272459201408

Sigolo, A. R. L., & Aiello, A.L.R. (2011). Análise de instrumentos para triagem do desenvolvimento infantil. Paidéia (Ribeirão Preto), 21(48), 51-60. http://doi.org/10.1590/S0103-863X2011000100007

Silva, Â. C. D. D., Engstron, E. M., & Miranda, C. T. D. (2015). Fatores associados ao desenvolvimento neuropsicomotor em crianças de 6-18 meses de vida inseridas em creches públicas do Município de João Pessoa, Paraíba, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 31, 1881-1893. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00104814

Silva, I. de O. E. (2014). A creche e as famílias: o estabelecimento da confiança das mães na instituição de educação infantil. Educar em Revista, 53, 253-272. http://doi.org/10.1590/0104-4060.36559

Soejima, C. S., & Bolsanello, M.A. (2012). Programa de intervenção e atenção precoce com bebês na educação infantil. Educar em Revista, 43, 65-79. http://doi.org/10.1590/S0104-40602012000100006

Teixeira, C. R., & Dickel, A. (2013). A aquisição da linguagem por meio das interações promovidas pelo cuidador em classe de berçário. Revista Psicopedagogia, 30(91), 52-63. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862013000100007&lng=pt&tlng=pt

Urra, F. (2016). Ideologia: concepções de creche em revistas brasileiras de pediatria. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 68(1), 95-110. Recuperado de https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=2290/229046737009

Zendron, A. B. F., Kravchychyn, H., Fortkamp, E. H. T., & Vieira, M. L. (2013). Psicologia e educação infantil: possibilidades de intervenção do psicólogo escolar. Barbaroi, 39, 108-128. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/barbaroi/n39/n39a12.pdf

Downloads

Publicado

2020-12-31

Como Citar

Simões, P. M. U. (2020). Os campos semânticos dos estudos dos bebês na educação infantil: Uma análise da produção acadêmica em artigos de periódicos brasileiros. Educação, 43(3), e37458. https://doi.org/10.15448/1981-2582.2020.3.37458

Edição

Seção

Outros Temas