Analisando a pesquisa-ação à luz dos princípios intervencionistas: um olhar comparativo
DOI:
https://doi.org/10.15448/1981-2582.2016.s.24263Palavras-chave:
Metodologia da pesquisa-ação. Ascender do abstrato para o concreto. Estimulação dupla.Resumo
A metodologia da pesquisa-ação, embora seja considerada pesquisa, com seu caráter pragmático, se distingue claramente da pesquisa científica tradicional, principalmente porque, ao mesmo tempo em que altera o que está sendo pesquisado, é limitada pelo contexto e pela ética da prática. Por outro lado, algumas metodologias intervencionistas também possuem um aspecto que compõem a pesquisa-ação, o foco na ação coletiva em busca da resolução de um problema, implicando na premissa de que possa haver alguma relação entre esta metodologia e princípios intervencionistas. Nesse contexto, o presente ensaio teórico almeja analisar a relação entre a metodologia da pesquisaação e os princípios da estimulação dupla e do ascender do abstrato para o concreto. Por meio de revisão bibliográfica, a análise dos princípios intervencionistas comparados à metodologia da pesquisa-ação demonstrou relação entre ambos, sugerindo similaridades de lógica e modos de agir, possibilitando, portanto, visualizar esta metodologia como a implementação dos dois princípios.
Downloads
Referências
CASSANDRE, Marcio Pascoal. Metodologias intervencionistas na perspectiva da teoria da atividade históricocultural: um aporte metodológico para estudos organizacionais. 2012. 300 f. Tese (Doutorado) – Programa de Mestrado e Doutorado em Administração, Universidade Positivo, Curitiba, 2012.
CASSANDRE, Marcio Pascoal; GODOI, Christiane Kleinübing. Metodologias intervencionistas da teoria da atividade histórico-cultural: abrindo possibilidades para os estudos organizacionais. Revista Gestão Organizacional, v. 6, n. 3, p. 11-23. 2013.
CASSANDRE, Marcio Pascoal; QUEROL, Marco Antonio Pereira. Metodologias intervencionistas: contribuição teóricometodológica vigotskyanas para aprendizagem organizacional. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, v. 8, n. 1, p. 17-34, jan./mar. 2014.
COLE, M.; ENGESTRÖM, Y. Cultural-historical approaches to designing for development. In: VALSINER, J.; ROSA, A. (Eds.). The Cambridge handbook of sociocultural psychology. Cambridge: Cambridge Handbook in Psychology, 2001. p. 484-507.
COLLECTIF. Les recherches-actions collaboratives. Une révolution de la connaissance. Rennes: Presses de l’EHESP, 2015.
DESROCHE, Henri. Pesquisa-ação: Dos projetos de autores aos projetos de atores e vice-versa. In: THIOLLENT, Michel (org.). Pesquisa-ação e projeto cooperativo na perspectiva de Henri Desroche. São Carlos-SP: Editora UFSCar, 2006.p. 33-68.
EDEN, Colin; HUXHAM, Chris. Pesquisa-ação no estudo das organizações. In: CALDAS, M.; FACHIN, R. FISCHER, T. Handbook de estudos organizacionais: reflexões e novas direções. São Paulo: Atlas, 2001. v. 2. p. 93-117.
ENGESTRÖM, Yrjö.; SANNINO, Annalisa. Studies of expansive learning: foundations, findings and future challenges. Educational Research Review, v. 5, n. 1, p. 1-24, Jan. 2010. https://doi.org/10.1016/j.edurev.2009.12.002
ENGESTRÖM, Yrjö.; SANNINO, Annalisa. Whatever happened to process theories of learning? Learning, Culture and Social Interaction, v. 1, p. 45-56, mar. 2012a.
ENGESTRÖM, Yrjö.; SANNINO, Annalisa Discourse in double stimulation: building foundations for an activitytheoretical understanding of the emergence of agency. In: Insights into applied linguistics: languaging, agency and ecologies. University of Jyväskylä, Finland. June 4-7. 2012b.
KEMMIS, Stephen; MCTAGGART, Robin. Participatory Action Research: communicative action and the public sphere. In: DENZIN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna S. (Eds.). The Sage handbook of qualitative research, 3. ed. 2005. p. 559-603.
KOSHY, Elizabeth; KOSHY, Valsa; WATERMAN, Heather. Action research in healthcare. Sage, 2010.
MACHADO-DA-SILVA, Clóvis L.; FONSECA, Valéria S. da; CRUBELLATE, João Marcelo. Estrutura, agência e interpretação: elementos para uma abordagem recursiva do processo de institucionalização. Revista de Administração Contemporânea, v. 9, n. 1, p. 9-39, 2005.
MIETTINEN, R. Ascending from the abstract to the concrete and constructing a working hypothesis for new practices. Evald Ilyenkov’s Philosophy Revisited, Helsinki: Kikimora Publications, p. 111-129, 2000.
NILSSON, Monica. Organizational development as action research, ethnography, and beyond. In: Annual Meeting of the American Educational Research Association, New Orleans, LA. 2000.
SANNINO, Annalisa. Activity theory as an activist and interventionist theory. Theory & Psychology, p. 1-27, 2011.
THIOLLENT, Michel. Notas para o debate sobre pesquisaação. In: BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org.). Repensando a pesquisa participante. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 82-103.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
THORNTON, Patricia H.; OCASIO, William; LOUNSBURY, Michael. The institutional logics perspective: a new approach to culture, structure, and process. Oxford University Press, 2012.
TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e pesquisa, v. 31, n. 3, p. 443-466, 2005. https://doi. org/10.1590/S1517-97022005000300009
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
ZILBER, Tammar B. The work of meanings in institutional processes and thinking. In: GREENWOOD, Royston et al. (Ed.). The Sage handbook of organizational institutionalism. Sage, 2008. p. 151-169.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Educação implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Educação como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.