Como a família funciona em políticas de intervenção social?

Autores

  • Patrice Schuch UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2013.2.15483

Palavras-chave:

Família. Práticas de governo. Neoliberalismo.

Resumo

Neste trabalho, desejo revisitar alguns dados de campo sobre duas de minhas pesquisas – sobre a reconfiguração do campo de intervenção ao adolescente infrator no Rio Grande do Sul e sobre as políticas de abrigo no município de Porto Alegre, RS –, para refletir sobre os modos em que a família funciona em políticas de intervenção social dirigidas à infância e juventude no Brasil. Meu intuito é compreender certos pro-cessos pelos quais a família não só aparece como um domínio fundamental de formação para o indivíduo adulto, mas também é, no contexto brasileiro, inserida em políticas mais amplas de reconstrução democrática. Tais políticas priorizam a descentralização das formas de intervenção, corresponsabilização de indivíduos e comunidades na sua execução e a construção da autonomia e do protagonismo dos sujeitos, com vistas a sua transformação em “sujeitos de direitos”. Neste contexto, meu objetivo é dialogar com a literatura sobre o assunto, que destaca tanto a “reprivatização das questões políticas”, quanto a expansão de uma racionalidade neoliberal nas práticas de governo contem-porâneas, que investem na formação de competências e capacidades individuais para o autogoverno. Como tentarei mostrar, a atenção para os processos acima descritos, embora extremamente importante, não pode ofuscar um movimento paralelo: a compreensão da complexidade de dinâmicas, valores, agentes e interesses que coproduzem tais práticas de mudança nos modos de governo de indivíduos e populações.

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Biografia do Autor

Patrice Schuch, UFRGS

Doutora em Antropologia Social pela Ufrgs, professora e pesquisadora do PPG em Antropologia Social na Ufrgs em Porto Alegre, RS, Brasil.

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Publicado

2014-01-30

Como Citar

Schuch, P. (2014). Como a família funciona em políticas de intervenção social?. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 13(2), 309–325. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2013.2.15483