Articulando o lugar da resistência na Dialética do esclarecimento e em Lélia Gonzalez
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.42421Palavras-chave:
Teoria crítica, Resistência, Teoria social, Racismo e antirracismo, Formas de dominaçãoResumo
Este artigo se propõe a pensar o lugar da resistência, em sentido teórico-conceitual, articulando, para tanto, a assim chamada teoria crítica da sociedade, aqui tomada a partir de algumas reflexões de Max Horkheimer e Theodor W. Adorno, e a teoria social de Lélia Gonzalez. Ao fundamentar o olhar nessas duas perspectivas teóricas, gestadas em contextos históricos e sociais bastante distintos, busco apontar como podem se complementar e, desse modo, enriquecer a visada crítica sobre as manifestações contemporâneas do autoritarismo. Está pressuposto, portanto, que apesar das diversas mudanças ocorridas nas últimas décadas, há alguns elementos-chave constitutivos de como as formas de repressão e marginalização atuam no capitalismo, (re)produzindo uma miríade de desigualdades, sobretudo as de cunho étnico-racial. Consequentemente, fomentar a resistência permanece traço vital que deve estar no horizonte da prática intelectual das ciências sociais.
Downloads
Referências
Adorno, Theodor W. (1966) 2004. Erziehung nach Auschwitz. In Erziehung zur Mündigkeit, 88-104. Frankfurt am Main: Suhrkamp.
Boatcă, Manuela. 2015. Global inequalities beyond Occidentalism. Farnham: Ashgate.
Cohn, Gabriel. 1998. Esclarecimento e ofuscação: Adorno & Horkheimer hoje Lua Nova 43: 5-24. https://doi.org/10.1590/S0102-64451998000100002.
Collins, Patricia H. 2016. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Sociedade e Estado 31 (1): 99-127. https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100006.
Davis, Angela. 2016. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo.
Dubiel, Helmut. 1978. Wissenschaftsorganisation und politische Erfahrung: Studien zur frühen Kritischen Theorie. Frankfurt am Main: Suhrkamp.
DuBois, William E. B. (1899) 1967. The Philadelphia Negro. Nova Iorque: Schocken Books.
DuBois, William E. B. (1903) 2007. The Souls of Black Folk. Nova Iorque: Oxford University Press.
Gonzalez, Lélia. 2020. Por um feminismo afro-latino-americano, organizado por Flavia Rios e Márcia Lima. São Paulo: Zahar.
Gonzalez, Lélia. (1979a) 2020. Cultura, etnicidade e trabalho. In Por um feminismo afro-latino-americano, organizado por Flavia Rios e Márcia Lima, 25-44. São Paulo: Zahar.
Gonzalez, Lélia. (1979b) 2020. A mulher negra na sociedade brasileira: uma abordagem político-econômica. In Por um feminismo afro-latino-americano, organizado por Flavia Rios e Márcia Lima, 49-64. São Paulo: Zahar.
Gonzalez, Lélia. (1980a) 2020. A questão negra no Brasil. In Por um feminismo afro-latino-americano, organizado por Flavia Rios e Márcia Lima, 183-190. São Paulo: Zahar.
Gonzalez, Lélia. (1980b) 2020. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In Por um feminismo afro-latino-americano, organizado por Flavia Rios e Márcia Lima, 75-93. São Paulo: Zahar.
Gonzalez, Lélia. (1981) 2020. Mulher negra, essa quilombola. In Por um feminismo afro-latino-americano, organizado por Flavia Rios e Márcia Lima, 197-200. São Paulo: Zahar.
Gonzalez, Lélia. (1984) 2020. O racismo no Brasil é profundamente disfarçado. In Por um feminismo afro-latino-americano, organizado por Flavia Rios e Márcia Lima, 303-304. São Paulo: Zahar.
Gonzalez, Lélia. (1985) 2020. O Movimento Negro Unificado: um novo estágio na mobilização política negra. In Por um feminismo afro-latino-americano, organizado por Flavia Rios e Márcia Lima, 112-126. São Paulo: Zahar.
Hernández, Dinora. 2020. Imágenes dialécticas del patriarcado. Para una teoría crítica feminista. Constelaciones: Revista de Teoría Crítica 11-12: 353-381.
Horkheimer, Max. (1937) 1988. Traditionelle und kritische Theorie. In Gesammelte Schriften, organisiert von Gunzelin Schmid-Noerr e Alfred Schmidt, vol. 4, 162-219. Frankfurt am Main: Fischer.
Horkheimer, Max e Theodor W. Adorno. (1944) 1987. Dialektik der Aufklärung. In Gesammelte Schriften, organisiert von Gunzelin Schmid-Noerr e Alfred Schmidt, vol. 5, 16-290. Frankfurt am Main: Fischer.
Keim, Wiebke. 2010. Pour un modèle centre-périphérie dans les sciences sociales. Revue d’anthropologie des connaissances 3: 569-597. https://doi.org/10.3917/rac.011.0570.
Löwy, Michael e Eleni Varikas. 1992. A crítica do progresso em Adorno. Lua Nova 27: 201-215. https://doi.org/10.1590/S0102-64451992000300010.
Marx, Karl. (1867) 1968. Das Kapital (v. 1) – Marx Engels Werke, vol. 23. Berlim: Dietz.
Musse, Ricardo. 2009. Theodor Adorno: filosofia de conteúdos e modelos críticos. Trans/Form/Ação 32 (2): 135-145. https://doi.org/10.1590/S0101-31732009000200008.
Nascimento, Abdias do. 1978. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Nascimento, Beatriz. 1985. O conceito de quilombo e a resistência cultural negra. Afrodiáspora ano 3 (6/7): 41-49.
Rios, Flavia e Alex Ratts. 2016. A perspectiva interseccional de Lélia Gonzalez. In Pensadores negros – pensadoras negras. Brasil, séculos XIX e XX, organizado por Ana Flávia Magalhães Pinto e Sidney Chaloub, 387-403. Belo Horizonte: Fino Traço.
Simmel, Georg. (1908) 1992. Soziologie. Untersuchungen über die Formen der Vergesellschaftung. Frankfurt am Main: Suhrkamp.
Weber, Max. (1917) 1992. Wissenschaft als Beruf. In Max Weber Gesamtausgabe, organisiert von Wolfgang Schluchter, Abt. I, vol. 17, 70-111. Tübingen: J. C. B. Mohr/Paul Siebeck.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Civitas - Revista de Ciências Sociais

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).