Entre o silenciamento e a busca por expressão
A representação da voz feminina subalterna em Lívia Garcia-Roza
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2021.3.38807Palavras-chave:
Ficção feminina contemporânea, Relações amorosas opressivas, Silenciamento, ExpressãoResumo
De acordo com Zolin (2019), a ficção de autora feminina recente vive um momento de intensa produção, no qual as questões de gênero ainda aparecem mescladas a outras demandas das mulheres pós-modernas. Nesse sentido, o romance Meu marido, publicado em 2006, pela psicanalista carioca Lívia Garcia-Roza, traz como protagonista-narradora Bela, uma jovem de 30 anos, casada e mãe, que sofre com o esfacelamento de seu cotidiano familiar. Mesmo com uma personagem feminina sujeita à opressão, à tirania, ao silenciamento e aos constantes abusos físicos e psicológicos, infligidos pelo marido, o delegado Eduardo, a autora consegue dar visibilidade aos conflitos que permeiam o cotidiano de mulheres silenciadas pelas relações amorosas opressivas. Com efeito, esse artigo, que tem como objetivo uma reflexão sobre a representação da voz subalterna da personagem feminina no romance citado, respalda-se nos aportes teóricos dos estudos culturais e da crítica feminista, com estudos de, entre outros, Coelho (1993), Perrot (2005), Bonicci (2007), Bourdieu (2015) e Zolin (2019).
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