A ordem VS em sentenças imperativas do português brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2015.2.20392Palavras-chave:
ordem VS, sentenças imperativas, interface sintaxe e pragmática, movimentoResumo
Discutimos aspectos da ordem verbo-sujeito no português brasileiro (PB), a partir de dados de sentenças imperativas. Autores como Rivero (1994), Han (2001), Zeijlstra (2006) entre outros argumentam que VS em imperativas é derivada pelo movimento do verbo para C° para checar um traço [+imperativo], cruzando o sujeito em Spec,TP. A literatura sobre a posição dos constituintes no português considera que a ordem VS em declarativas e interrogativas se tornou restrita no PB devido à perda do movimento do verbo para C°. Nas imperativas, entretanto, VS continua produtiva mesmo com predicados multi-argumentais, o que sugere a hipótese de que o PB tenha mantido o movimento V-para-C em imperativas, apesar de tê-lo perdido em declarativas e interrogativas. Através da descrição e análise de vários contextos pragmáticos de uso de sentenças imperativas, demonstramos, contrariamente a tal hipótese, que: (i) o verbo imperativo permanece em T° no PB; (ii) a ordem VS corresponde, na verdade, a casos de VOS, mesmo quando a ordem é, aparentemente, VSO; (iii) a posição do sujeito não deriva do movimento do verbo, mas de processos de focalização que atuam em contextos pragmáticos distintos.
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