Maria Firmina dos Reis: intérprete do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.1.35105Palabras clave:
Intérprete. Brasil. Escravidão. Mulheres.Resumen
O presente artigo pretende analisar como a escritora negra maranhense Maria Firmina dos Reis (1822-1917) ao publicar Úrsula (1859) construiu outra narrativa para se compreender o Brasil e a formação de seu povo. Ao positivar pela primeira vez na literatura brasileira o elemento negro, Maria Firmina constrói outra identidade brasileira, levando em conta os africanos e afrodescendentes em nosso País. Ao fazer tal composição, a autora insere na discussão de nossa formação uma forte crítica à escravidão que fazia parte de seu mundo e ainda faz parte do nosso quando procuramos entender o que é o Brasil. Ao mesmo tempo, essa escritora, por tão longo período esquecida e subalternizada, também usa o romance como uma crítica ao patriarcado e à dominação masculina. Procuramos ao longo do artigo demonstrar como Maria Firmina dos Reis fez isso, ou seja, criou uma nova interpretação do Brasil, mais plural e democrática.
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