Foco prosódico e clivagem no processamento de elipses no português brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2023.1.44425

Palavras-chave:

Processamento de frases, Elipses, Foco Prosódico, Clivagem

Resumo

Este trabalho investiga a influência da marcação de foco prosódico contrastivo e do que chamamos de “foco sintático” por meio da clivagem, na resolução de ambiguidades em estruturas elípticas replacive: “Durante o ensaio da orquestra, (foi) o violinista (que) impressionou o maestro, não o solista”. Esta pesquisa foi inspirada em Carlson (2015), que investigou sentenças similares em inglês. Conduzimos duas atividades experimentais com uma combinação de 7 condições experimentais de clivagem e foco prosódico. Após ouvirem as sen­tenças, os participantes (N=66) respondiam perguntas como: “O que aconteceu em...?”. A resposta podia ser uma interpretação de objeto: “Ninguém impressionou o solista”; ou uma interpretação de sujeito: “O solista não impressionou ninguém.” Os resultados apontam que ambas as estratégias de focalização (foco prosódico e clivagem) influenciaram o aumento da interpretação de sujeito. Quando as pistas de focalização são conflitivas, a clivagem exerceu um papel decisivo na interpretação final. Nossos resultados estão alinhados com os de Carlson (2015) para o inglês. O foco prosódico desempenha um importante papel na resolução de ambiguidades, como em Schafer et al. (1996). No entanto, conforme Kiss (1998), a clivagem transmite um foco contrastivo e exaustivo para a sentença, sendo, portanto, uma pista de desambiguização mais efetiva do que outras.

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Biografia do Autor

Aline Alves Fonseca, Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Letras, MG, Brasil.

Professora adjunta do Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Doutora em Estudos Linguísticos pela UFMG (2012). Realizou pesquisa de pós-doutorado multicentro na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Morehead State University, EUA (2018/2019). É pesquisadora membro do Núcleo de Estudos em Aquisição da Linguagem e Psicolinguística (NEALP/UFJF) e colaboradora no Laboratório de Psicolinguística Experimental (LAPEx/UFRJ).

Andressa Christine Oliveira da Silva, Universidade do Estado de Minas Gerais, Departamento de Educação, Linguística e Letras, MG, Brasil.

Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É professora de Língua Inglesa do Departamento de Educação, Linguística e Letras da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Coautora do capítulo “Os estudos da interface sintaxe-prosódia na Psicolinguística”, publicado no livro Psicolinguística: diversidades, interfaces e aplicações, da editora Contexto.

Júlia Greco Carvalho, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, BR.

Licenciada em Letras/Português e Italiano pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e mestranda em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na linha de pesquisa “Linguagem, mente e cérebro”. Em 2021, publicou em conjunto com Aline Fonseca e Samara Zanella o artigo “Atividades experimentais em tempos de pandemia”, pela revista Texto livre, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Marcella Campos e Souza, Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Letras, MG, Brasil.

Graduada em Letras/Português e respectivas literaturas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 2023. Atualmente, é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística pela UFJF, onde é bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Tem interesse na área de Linguística, com destaque em Psicolinguística e Prosódia.

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Publicado

2023-11-21

Como Citar

Alves Fonseca, A., Oliveira da Silva, A. C., Greco Carvalho, J., & Campos e Souza, M. (2023). Foco prosódico e clivagem no processamento de elipses no português brasileiro. Letrônica, 16(1), e44425. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2023.1.44425

Edição

Seção

PSICOLINGUÍSTICA E NEUROLINGUÍSTICA EM INTERFACES