Literatura e história em El señor presidente, de Miguel Ángel Asturias: registro de seu tempo
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2016.1.23936Palavras-chave:
Miguel Ángel Asturias, Literatura Latino-americana, Literatura e história.Resumo
O guatemalteco Miguel Ángel Asturias (1899-1974), escritor, diplomata e Prêmio Nobel de Literatura (1967) foi um dos grandes escritores latino-americanos, junto com Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. Entre suas várias obras destaca-se El señor presidente (1946), o romance que lhe trouxe fama internacional e no qual traça, de forma caricatural e grotesca, o retrato de um típico ditador latino-americano e de seu governo baseado no terror, na maldade e na morte. Nesse contexto, onde predomina o medo e a crueldade, aparecem duas mulheres – Camila Canales e Niña Fedina – que, unidas pela tragédia, terão de fazer frente a esse jogo de poder entre o bem e o mal. Na análise da trajetória dessas duas personagens se percebe a construção de uma narrativa hibrida, porque “incorpora la historia en la literatura”, que coloca a mostra a luta travada entre as forças da luz – o povo oprimido do qual fazem parte as mulheres, muitas vezes ignoradas – e a das trevas – o ditador e todos que, por medo ou ambição, compactuam com ele –, segundo os mitos latino-americanos. Neste trabalho, ao destacar essas duas personagens, objetiva-se mostrar, como sinalizou Pesavento (2006), que a literatura e a história “guardam com a realidade distintos níveis de aproximação”, e que a literatura pode servir de fonte para a história, enquanto “registro e impressão da vida”, porque é um “inegável registro de seu tempo”.
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