Fronteiras Simbólicas – espaço de hibridismo cultural, uma leitura de Dois irmãos, de Milton Hatoum
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.1.16655Palavras-chave:
Fronteiras simbólicas, Hibridismo, Dois Irmãos.Resumo
Num contexto cultural e social a ideia de fronteira é um desdobramento da ideia de Nação, ambas encaradas como construções discursivas e por isso com implicações simbólicas. A fronteira se constrói a partir da diferença, se molda rente à Alteridade e precisa dela para determinar-se. A fronteira, então, denuncia as tensões entre dois espaços: o dentro e o fora; o Eu e o Outro. Ao mesmo tempo, promove imbricações entre seus pares binários, o que resulta em uma zona híbrida onde ocorre o contato entre os polos separados, espaço em que são postos frente a frente. Partindo dessa ideia de fronteira, o presente artigo objetiva discutir as fronteiras simbólicas observadas no romance Dois Irmãos, de Milton Hatoum. A narrativa problematiza o hibridismo cultural e identitário resultante das zonas de fronteira, evidenciando os confrontos e os fluxos que se verificam no espaço fronteiriço a partir da figura do imigrante e do mestiço. Como sugere Homi Bhabha, neste trabalho as fronteiras são pensadas como pontes que atuam em um movimento de “articulação ambulante, ambivalente”. O fronteiriço é, portanto, o que se pode chamar de entre-lugar, um interstício.
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Referências
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