Fronteiras Simbólicas – espaço de hibridismo cultural, uma leitura de Dois irmãos, de Milton Hatoum

Autores

  • Mariana Jantsch Souza Universidade Católica de Pelotas - UCPel

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.1.16655

Palavras-chave:

Fronteiras simbólicas, Hibridismo, Dois Irmãos.

Resumo

Num contexto cultural e social a ideia de fronteira é um desdobramento da ideia de Nação, ambas encaradas como construções discursivas e por isso com implicações simbólicas. A fronteira se constrói a partir da diferença, se molda rente à Alteridade e precisa dela para determinar-se. A fronteira, então, denuncia as tensões entre dois espaços: o dentro e o fora; o Eu e o Outro. Ao mesmo tempo, promove imbricações entre seus pares binários, o que resulta em uma zona híbrida onde ocorre o contato entre os polos separados, espaço em que são postos frente a frente. Partindo dessa ideia de fronteira, o presente artigo objetiva discutir as fronteiras simbólicas observadas no romance Dois Irmãos, de Milton Hatoum. A narrativa problematiza o hibridismo cultural e identitário resultante das zonas de fronteira, evidenciando os confrontos e os fluxos que se verificam no espaço fronteiriço a partir da figura do imigrante e do mestiço. Como sugere Homi Bhabha, neste trabalho as fronteiras são pensadas como pontes que atuam em um movimento de “articulação ambulante, ambivalente”. O fronteiriço é, portanto, o que se pode chamar de entre-lugar, um interstício.

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Biografia do Autor

Mariana Jantsch Souza, Universidade Católica de Pelotas - UCPel

Doutoranda em Letras pela Universidade Católica de Pelotas - UCPel (bolsista Capes). Mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Pelotas - UFPel (bolsista Capes). Membro do grupo de pesquisa Estudos Comparados de Literatura, Cultura e História. Membro do Laboratório de Estudos em Análise do Discurso (LEAD) da Universidade Católica de Pelotas – UCPel.

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Publicado

2014-08-04

Como Citar

Souza, M. J. (2014). Fronteiras Simbólicas – espaço de hibridismo cultural, uma leitura de Dois irmãos, de Milton Hatoum. Letrônica, 7(1), 475–489. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.1.16655