Do exílio e do retorno ao útero materno

A simbologia da Grande Mãe na poesia nacionalista de Casimiro de Abreu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.40620

Palavras-chave:

Casimiro de Abreu, Poesia nacionalista, Arquétipo da Grande Mãe, Berço-túmulo, Simbolismo da intimidade

Resumo

A poesia nacionalista de Casimiro de Abreu, influenciada pela 1ª geração romântica, configura-se numa linguagem simbólica em torno da terra natal, estabelecendo mitos e arquétipos que possibilitam representar o sentimento de “regresso ao lar”, entrevisto na sua produção lírica de exaltação “matriótica”, termo semanticamente mais adequado para ilustrar o nacionalismo. Este sentimento, instituído na tensão entre o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo, funda a imagem da Grande Mãe benfazeja como isomorfa à nação. Desde as primeiras recordações da infância sublimada pela imagem do berço, até o findar da existência, estabelecida pela imagem do sepulcro, os valores de intimidade maternal povoam o imaginário lírico de Casimiro de Abreu. Tais imagens, além de fortalecer o símbolo da Grande Mãe, também apontam uma reflexão de que a terra natal (isomorficamente materna) transmite paz ao sujeito lírico, tornando-se a cavidade uterina para onde voltará os seus despojos. 

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Biografia do Autor

Moisés Carlos de Amorim, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil.

Doutor em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, MT, Brasil; professor da Secretaria de Estado de Educação em Mato Grosso (SEDUC — MT).

María Emilia Landaeta Silva, Universidade Federal de Uberlândia, em Uberlândia, MG, Brasil.

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Uberlândia, MG, Brasil; estudante e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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Publicado

2021-12-16

Como Citar

Amorim, M. C. de, & Silva, M. E. L. (2021). Do exílio e do retorno ao útero materno: A simbologia da Grande Mãe na poesia nacionalista de Casimiro de Abreu. Navegações, 14(2), e40620. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.40620

Edição

Seção

Ensaios