Aonde o sentir nos leva

embodiment, ekphrasis, descrição e epifania no Livro do desassossego, de Fernando Pessoa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2020.2.37025

Palavras-chave:

Literatura, Sentir, Pensar, Leitura, Modernidade

Resumo

A centralidade do sentir no Livro do desassossego, de Fernando Pessoa, convida-nos a lê-lo como um dispositivo do sentir que produz efeitos sensíveis e cognitivos em seu público. Busca-se olhar de perto o embodiment, a ekphrasis, a descrição e a epifania como técnicas literárias que, aliadas ao fragmento, nos fazem sentir o Livro e pensar sobre ele. A obra é pensada em suas relações com a visão e a fotografia, sob à luz de teorias diversas, em uma tentativa de circunscrevê-la em uma estética moderna.

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Biografia do Autor

Carolina Rodrigues Freitas, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil

Mestre em Comunicação, Cultura e Cidadania pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, GO, Brasil. Doutoranda em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, DF, Brasil, com período sanduíche na Universidade de Brown, em Providence, RI, Estados Unidos. Graduada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), em Goiânia, GO, Brasil.

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Publicado

2020-12-31

Como Citar

Freitas, C. R. (2020). Aonde o sentir nos leva: embodiment, ekphrasis, descrição e epifania no Livro do desassossego, de Fernando Pessoa. Navegações, 13(2), e37025. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2020.2.37025

Edição

Seção

Ensaios