O espaço autobiográfico migrante em Kokis e Laferrière
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.1.16711Palabras clave:
Autobiografia, Autoficção, Exílio, Retorno.Resumen
Na contemporaneidade, inúmeras obras literárias focalizam a fragmentação do sujeito, a viagem, a errância, o exílio, movimentos ligados diretamente à problemática a identidade e da alteridade; nas chamadas “literaturas migrantes” nas Américas, tais aspectos são abordados com frequência. Não raro, as narrativas contemporâneas trazem traços autobiográficos, sendo seus autores exilados ou imigrantes que abordam o tema da errância a partir de seu olhar muito particular. É o caso de Sergio Kokis e de Dany Laferrière, que adotam em diversos romances seus países de origem como espaço ficcional das personagens – o Brasil e o Haiti, respectivamente. Em especial nas obras Errances (Kokis) e L’énigme du retour (Laferrière), que tratam do retorno do exilado ao país natal, a questão autobiográfica é colocada em jogo, fragilizando as fronteiras entre ficção e verdade: os protagonistas são sujeitos migrantes (aliás, ambos escritores), cada um empreendendo o deslocamento de volta ao local de origem, retornando em momentos políticos importantes, após o fim de regimes ditatoriais. Tanto Kokis quanto Laferrière afirmam, em textos autobiográficos, utilizarem-se de experiências vividas como matéria para suas narrativas ficcionais, sobretudo no plano temático (os regimes totalitários que os levaram ao exílio são aludidos em alguns romances, e personagens em pleno processo de migração são frequentes). Nesse contexto, analisaremos algumas questões relativas às literaturas migrantes no Quebec e o lugar ocupado por esses dois autores, tomando como ponto de partida as obras citadas para explorar a tensão que ambos empreendem entre ficção e realidade.Descargas
Citas
CÉSAIRE, Aimé. Cahier d’un retour au pays natal = Diário de um retorno ao país natal. Tradução Lilian Pestre de Almeida. São Paulo: EdUSP, 2012.
DOUBROVSKY, Serge. Entrevista a Philippe Vilain. In: VILAIN, Philippe. Défense de Narcisse. Paris: Grasset, 2005. p. 169-235.
ERTLER, Klaus-Dieter. Les écritures migrantes ou néo-québécoises dans le système littéraire contemporain du Québec: Sergio Kokis et “l’amour du lointain”. In: MOREL, Pierre (Org.). Parcours québécois: introduction à la littérature du Québec. Chisinau: Cartier, 2007. p. 72-80.
HAREL, Simon. L’étranger en personne. In: _____ (Org.). L’étranger dans tous ses états: enjeux culturels et littéraires. Montreal: XYZ, 1992. p. 9-26.
HUSTON, Nancy. A espécie fabuladora: um breve estudo sobre a humanidade. Tradução Ilana Heineberg. Porto Alegre: L&PM, 2010.
KOKIS, Sergio. L’amour du lointain: récit en marge des textes (Collection Prise Deux). Montreal: Lévesque éditeur, 2012.
______. Solitude entre deux rives. In: Tangences n. 59. Rimouski: UQAR, 1999. p. 133-137. Disponível em: <http://www.erudit.org/revue/tce/1999/v/n59/025998ar.html>. Acesso: em 24 set. 2013.
______. Errances. Montreal: XYZ, 1996.
KOHLER, Héliane. Mémoire, écriture et peinture chez Sergio Kokis. L’Amour du lointain – un discours d’exploration identitaire et de réflexions épistémologiques. In: e-CRIT3224 n. 2. Besançon: Université de Franche-Comté, 2011. Disponível em: <http://e-crit3224.univ-fcomte.fr/download/3224-ecrit/document/numero_2/5_kohler_59-70.pdf>. Acesso em: 9 out. 2013. p. 59-70.
KRISTEVA, Julia. Estrangeiros para nós mesmos. Tradução Maria Carlota Carvalho Gomes. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
LAFERRIÈRE, Dany. Journal d’un écrivain en pyjama. Paris: Grasset, 2013.
______. L’énigme du retour. Montreal: Boréal, 2009a.
______. Depoimento ao canal Hachette Vidéos. 2009b. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=iu1SNYvDMQk>. Acesso em: 15 ago. 2013.
LAPOINTE, Josée. Sergio Kokis: l’année Kokis. In: LaPresse.ca. 2010. Disponível em: <http://www.lapresse.ca/arts/livres/201010/15/01-4332682-sergio-kokis-lannee-kokis.php>. Acesso em: 9 out. 2013.
LAROCHE, Maximilien. Du bon usage des écrivains qui viennent de loin. In: Tangences n. 59. Rimouski: UQAR, 1999. p. 20-25. Disponível em: <http://www.erudit.org/revue/tce /1999/v/n59/025998ar.html>. Acesso em: 24 set. 2013.
MAILHOT, Laurent. La littérature québécoise depuis ses origines. Montréal: Typo, 1997.
NEPVEU, Pierre. Dire la compléxité du réel: entretien avec Julien-Bernard Chabot. In: Chameaux n. 3. Québec, 2010, p. 15-20. Disponível em: . Acesso em: 8 ago. 2013.
______. L’écologie du réel: mort et naissance de la littérature québécoise contemporaine. Montreal: Boréal, 1988.
OUELLET, Pierre. As palavras migratórias. As identidades migrantes: a paixão do outro. Tradução Luciano Passos Moraes. In: HANCIAU, Nubia; DION, Sylvie (Orgs.). A literatura na história, a história na literatura. Rio Grande: Editora da FURG, 2013. p. 145-170.
______. Mobilités culturelles et mouvements de l’histoire. In: Interfaces Brasil Canadá n. 8. Rio Grande: FURG/ABECAN, 2008. p. 27-36.
______. L’esprit migrateur: essai sur le non-sens commun. Montreal: VLB, 2005.
OUELLETTE-MICHALSKA, Madeleine. Autofiction et dévoilement de soi. Montréal: XYZ, 2007.
PORTO, Maria Bernadette; TORRES, Sonia. Literaturas migrantes. In: FIGUEIREDO, Eurídice (Org.). Conceitos de literatura e cultura. 2. ed. Niterói: EdUFF; Juiz de Fora: Editora UFJF, 2012. p. 225-260.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa 3. Tradução Roberto Leal Ferreira. Campinas: Papirus, 1997.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Direitos Autorais
La sumisión de originales para la Letrônica implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Letrônica como el medio de la publicación original.
Licença Creative Commons
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.