A miopia como metáfora para o intelectual latino-americano

Vargas Llosa lê Os sertões, de Euclides da Cunha

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.36780

Palabras clave:

Vargas Llosa, Euclides da Cunha, miopia, Latinoamérica

Resumen

Neste trabalho comparativo se discutirá como Mário Vargas Llosa trabalhou a metáfora da miopia para representar os intelectuais latino-americanos que, tal como Euclides da Cunha, decidiram romper com as representações estereotipadas sobre o sertão brasileiro, ao aproximarem-se da realidade analisada. Assim, em La guerra del fin del mundo, romance de 1981, Llosa trabalha esse signo com maestria, narrando a jornada de um jornalista míope pelo nordeste brasileiro, no epicentro da Guerra de Canudos. É, por conseguinte, a partir das exigências de sua miopia que essa personagem pôde realizar uma representação mais detalhada do sertão, que envolveu o encontro com um universo diferente e transformador. Também Llosa, intelectual míope, por não conseguir enxergar o sertão brasileiro sem as brumas que a distância cultural e política impunha, utiliza Os sertões: a campanha de Canudos (1902), a grande obra de Euclides, como lentes de aumento para ver além de Tordesilhas.

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Biografía del autor/a

Pedro Borges Pimenta Júnior, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Januária, MG

Mestre em Letras/Estudos Literários pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em Montes Claros, MG; professor do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), em Januária, MG, Brasil.

Elcio Lucas de Oliveira, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Montes Claros, MG.

Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, SP; professor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em Montes Claros, MG, Brasil.

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Publicado

2020-03-24

Cómo citar

Borges Pimenta Júnior, P. ., & de Oliveira, E. L. (2020). A miopia como metáfora para o intelectual latino-americano: Vargas Llosa lê Os sertões, de Euclides da Cunha. Letrônica, 13(3), e36780. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.36780