Patriarcado e interseccionalidade

o público e o privado como ponto de convergência teórica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.44778

Palavras-chave:

Patriarcado, Interseccionalidade, Feminismo, Público e privado

Resumo

O artigo discute a importância dos domínios público e privado na análise feminista, destacando a presença da dicotomia entre essas esferas nas teorias do patriarcado e na interseccionalidade. A separação entre o público e o privado tem raízes históricas e está relacionada à opressão das mulheres na esfera privada e sua exclusão da esfera pública. A exclusão das mulheres da teoria política tradicional e a invisibilidade de suas identidades de gênero são criticadas, apontando a importância de reconhecer a influência do gênero na esfera pública e na economia. A oposição entre público e privado é explorada nos estudos feministas e permeia as teorias do patriarcado e da interseccionalidade, aqui expressas pelos escritos de Pateman, Okin, Fraser, Walby, Hill Colins, Crenshaw, Davis e Bilge; evidenciando o potencial de complementaridade entre ambas correntes teóricas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Isadora Vianna Sento-Sé, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Doutora e mestre em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no Rio de Janeiro, RJ, Brasil e pós-doutoranda no Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia na mesma instituição.

Referências

Beauvoir, Simone. 2014.O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Bilge, Sirma. 2013. Intersectionality undone: saving intersectionality from feminist intersectionality studies 1. Du Bois review: social science research on race 10 (2): 405-24. https://doi.org/10.1017/S1742058X13000283.

Collins, Patricia H. 1998. It’s all in the family: intersections of gender, race, and nation. Hypatia 13 (3): 62-82. https://doi.org/10.1111/j.1527-2001.1998.tb01370.x.

Collins, Patricia H. 2015. Em direção a uma nova visão: raça, classe e gênero como categorias de análise e conexão. In Reflexões e práticas de transformação feminista, organizado por Renata Moreno, 13-42. São Paulo: SOF

Crenshaw, Kimberlé W. 2013. Mapping the margins: intersectionality, identity politics, and violence against women of color. In The public nature of private violence, organizado por Martha Albertson Fineman e Roxane Mykitiuk, 93-118. New York: Routledge.

Davis, Angela. 2016. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo Editorial.

Elshtain, Jean Bethke. 1981. Public man, private woman: women in social and political thought. Princeton: Princeton University Press.

Few-Demo, April L, e Katherine R. Allen. 2020. Gender, feminist, and intersectional perspectives on families: A decade in review. Journal of Marriage and Family 82 (1): 326-45. https://doi.org/10.1111/jomf.12638.

Fraser, Nancy. 1993. Beyond the master/subject model: reflections on Carole Pateman’s sexual contract. Social Text 37: 173-81. https://doi.org/10.2307/466266 .

Hartmann, Heidi. 1976. Capitalism, patriarchy, and job segregation by sex. Signs: Journal of women in Culture and Society 1 (3) 2: 137-69. https://doi.org/10.1086/493283.

Hobbes, Thomas. 2013. Elements of law, natural and political. New York: Routledge.

Kantola, Johanna, e Emanuela Lombardo.2017. Gender and the economic crisis in Europe: politics, institutions and intersectionality. Berlim: Springer.

Locke, John. 2019. Dois tratados do governo civil. Alfragide: Leya.

Miguel, Luis Felipe. 2016. Carole Pateman e a crítica feminista do contrato. Revista Brasileira de Ciências Sociais 32 (93): 3-17. https://doi.org/10.17666/329303/2017.

Okin, Susan M. 2008. Gênero, o público e o privado. Revista Estudos Feministas 16 (2): 305-32. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2008000200002.

Okin, Susan M. 2014. Justice, gender, and the family. In Justice, Politics, and the Family, organizado por Daniel Engster e Tamara Metz, 63-87. New York: Routledge.

Pateman, Carole. 1993. O contrato sexual. 1993. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Rousseau, Jean-Jacques. 2020. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Alfragide: Leya.

Saffioti, Heleieth I.B. 1999.Primórdios do conceito de gênero. Cadernos Pagu 12: 157-63.

Saffioti, Heleieth I. B. 2015. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Expressão Popular.

Segato, Rita Laura. 2003. Las estructuras elementales de la violencia: ensayos sobre género entre la antropología, el psicoanálisis y los derechos humanos. Bernal: Universidad Nacional de Quilmes.

Walby, Sylvia. 1989. Theorising patriarchy. Sociology 23 (2): 213-34. https://doi.org/10.1177/0038038589023002004.

Walby, Sylvia. 2007. Complexity theory, systems theory, and multiple intersecting social inequalities. Philosophy of the social sciences 37 (4): 449-70. https://doi.org/10.1177/004839310730766.

Wollstonecraft, Mary. 2001. A vindication of the Rights of Woman: with strictures on political and moral subjects. Nova York, The Modern Library.

Downloads

Publicado

2024-04-05

Como Citar

Sento-Sé, I. V. (2024). Patriarcado e interseccionalidade: o público e o privado como ponto de convergência teórica. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 24(1), e44778. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.44778

Edição

Seção

Caminhos da crítica: identidades, feminismos e projeto emancipatório