De testemunha à protagonista
Beatriz Roquette Bojunga no Instituto Nacional de Cinema Educativo (1936-1965)
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980864x.2021.3.40390Palavras-chave:
Mediação cultural, Trabalho de mulheres, Mulheres no cinema brasileiro, Beatriz Roquette Bojunga, Instituto Nacional de Cinema EducativoResumo
Beatriz Roquette Bojunga (1911-1999) atuou por 30 anos no Instituto Nacional de Cinema Educativo, o INCE (1936-1966). Ao longo desse período foi de secretária a diretora da filmoteca e executou atividades ligadas à organização da produção e divulgação dos filmes da primeira produtora oficial do país. Braço direito de Humberto Mauro, ao contrário do que se estabeleceu na bibliografia, ela também participava de filmagens. Assim, menos do que uma faz-tudo, como designava sua função, ela teria sido o que se denomina hoje ‘diretora de produção’ do INCE e sua divulgadora, atuando, assim, como mediadora cultural entre a instituição, especialistas e o público que ajudou a criar. É o que se busca mostrar neste artigo, levando em conta o silêncio no relato de Bojunga sobre seu estatuto no INCE – devido à irrelevância atribuída às atividades profissionais de mulheres, pelos homens e pelas próprias mulheres, e à escassez de documentação escrita sobre sua atuação. No entanto, se os interditos apontam questões de gênero, estes são atravessados e toldados pelo pertencimento social.
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