Brigando por nossa terra

indígenas e assentados contra desterritorializações no Xingu (sudoeste do Pará)

Autores

  • Renata Barbosa Lacerda Pesquisadora de pós-doutorado no PPGAS/MN/UFRJ. Este estudo foi financiado pela FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, Processo SEI 260003/008725/2023. https://orcid.org/0000-0001-6128-7285

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-864X.2024.1.45791

Palavras-chave:

Desenvolvimento, Colonização, Conflitos sociais, Assentamento rural, terras indígenas

Resumo

A partir de conflitos socioambientais em torno da Terra Indígena (TI) Baú e do assentamento Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa, criados na bacia do rio Xingu, no sudoeste do Pará, este trabalho discute como políticas de colonização e de desenvolvimento na Amazônia Legal (Brasil) promoveram o controle de diferentes territórios e populações, bem como as condições para flexibilizações administrativo-jurídicas daquela TI e do assentamento rural. Ao se verem afetados por diferentes dispositivos do poder tutelar, os Kayapó e pequenos agricultores beneficiários da política de reforma agrária se organizaram coletivamente para lutarem contra as pressões daqueles que classificam em suas brigas por terra como fazendeiros, brancos ou invasores (grileiros, pecuaristas, madeireiras, garimpeiros e mineradoras). Os últimos se identificavam como colonos, posseiros ou proprietários e se valorizavam como agentes civilizatórios e heróis da nação. Argumento que gestões nacional-desenvolvimentistas e (ultra)neoliberais dos territórios criados na chamada Nova República, sob o marco jurídico da “Redemocratização” (1985-1988), ao implementarem de modo precário as políticas territoriais e de desenvolvimento ou a elas se contraporem, possibilitaram o fortalecimento de contestações a TIs e assentamentos rurais de titulação coletiva, como os PDS. Essas contestações se fundamentaram na formação de comunidades imaginadas a partir da conquista da Amazônia como “fronteira”. Este trabalho se baseia em etnografia sobre conflitos socioambientais na região, reportagens e documentos jurídicos e administrativos.

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Biografia do Autor

Renata Barbosa Lacerda, Pesquisadora de pós-doutorado no PPGAS/MN/UFRJ. Este estudo foi financiado pela FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, Processo SEI 260003/008725/2023.

Pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ), com recursos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Processo SEI 260003/008725/2023. Pesquisadora do Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (LACED) e do Núcleo de Antropologia da Política (NuAP). Doutora em Antropologia pelo PPGAS/MN/ UFRJ. Possui mestrado em Sociologia, com ênfase em Antropologia, pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA/UFRJ) e graduação em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/UFRJ). Tem experiência de pesquisa em: política, desenvolvimento, conflitos socioambientais, mobilizações sociais e moralidades.

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Publicado

2024-11-27

Como Citar

Barbosa Lacerda, R. (2024). Brigando por nossa terra: indígenas e assentados contra desterritorializações no Xingu (sudoeste do Pará). Estudos Ibero-Americanos, 50(1), e45791. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2024.1.45791

Edição

Seção

DOSSIÊ - Coletividades indígenas, afrodescendentes e camponesas em movimento: formas de governo e contextos extrativistas nas Américas, do nacional-desenvolvimentismo aos modelos neoliberais de governança