A Marquesa de Santos: história, memória e ficção histórica no Brasil da primeira metade do século XX
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-864X.2019.3.34424Palavras-chave:
Ensino de História. Romance histórico. Paulo Setúbal.Resumo
Este artigo sustenta que, durante a primeira metade do século XX, ao lado do esforço para a construção de uma narrativa “científica e moderna” da História do Brasil, também se construiu uma narrativa de história ensinável para um grande público. Ela mobilizou muitos intelectuais – historiadores, literatos, editores, artistas plásticos etc – traduzindo-se numa espécie de matriz que passou a integrar a cultura política e a cultura histórica republicana do país. Aqui se analisa um exemplo paradigmático desse tipo de narrativa: o romance histórico A Marquesa de Santos, escrito pelo paulista Paulo Setubal e publicado em 1925.
Downloads
Referências
BASTOS, Alcmena. Introdução ao romance histórico. Rio de
Janeiro: UERJ, 2007.
BURKE, Peter. As fronteiras instáveis entre história e ficção. In: AGUIAR, Flávio; MEIHY, José Carlos Sebe; VASCONCELOS, Sandra (org.). Gêneros de fronteira: cruzamentos entre o histórico e o literário. São Paulo: Xamã, 1997.
CANDIDO, Antonio. A personagem do romance. In: CANDIDO, Antonio et al. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 2011.
CARNEIRO, Glauco. Paixão brasileira: literatura e vida de Paulo Setubal. Rio de Janeiro: [s. n.], 1999. Coleção Afrânio Peixoto da ABL.
CATROGA, Fernando. Memória, história e historiografia. Coimbra: Quarteto, 2001.
CHARTIER, Roger. História Cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.
DONATO, Gerson. Pompa e circunstância: memória e história na São Paulo de 1926. 2013. Tese (Doutorado em História Social) – Programa de Pós-Graduação em História Social, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. https://doi.org/10.11606/t.8.2013.tde-20022014-095800
DUTRA, Eliana R. de Freitas. História e culturas políticas: definições, usos, genealogias. Vária História, Belo Horizonte, n. 28, p. 13-29, 2002.
FERREIRA, Antônio Celso. Vida (e morte?) da epopeia paulista. In: FERREIRA, Antônio Celso; LUCA, Tania R.; IOKOI, Zilda G. Encontros com a História: percursos historiográficos de São Paulo. São Paulo: Unesp, 1999. p. 91-106. https://doi.org/10.33582/2637-4900/1011
GOMES, Angela de Castro. Cultura política e cultura histórica no Estado Novo. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel; GONTIJO, Rebeca (org.). Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. https://doi.org/10.18788/2237-1451/rle.v5n10p93-111
GOMES, Angela de Castro; HANSEN Patrícia. Intelectuais mediadores: práticas culturais e ação política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016. https://doi.org/10.25247/paralellus.2017.v8n17.p203-207
GUIMARÃES, Manoel Salgado. O presente do passado: as artes de Clio em tempos de memória. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel; GONTIJO, Rebeca (org.). Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de História. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 23-42. https://doi.org/10.17771/pucrio.acad.36360
LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia dasLetras, 2006.
NICOLAZZI, Fernando. O historiador e seus públicos: regimes historiográficos e leitores da história. In: Congresso Internacional de História UEPG- UNICENTRO, 2., 2015, Ponta Grossa. Anais [...]. Ponta Grossa: [s. n.], 2015. https://doi.org/10.4025/6cih.pphuem.150
RANGEL, Alberto. Dom Pedro e a Marquesa de Santos: à vista das cartas íntimas e de outros documentos públicos e particulares, Tours: Tipografia de Arrault e Cia, 1928.
ROCHA, João Cezar de Castro. Apresentação. In: ROCHA, João Cezar de Castro (org.). Roger Chartier, a força das representações: história e ficção. Chapecó: Argos, 2013. https://doi.org/10.1353/lbr.0.0115
ROSENFELD, Anatol. Literatura e personagem. In: CANDIDO, Antonio et al. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 2011.
SANTOS, Débora Meira dos. Entre o IHGB e Monteiro Lobato: (re)significações de Hans Staden. 2016. Dissertação (Mestrado em História Social da Cultura) – Programa de Pós- Graduação em História Social da Cultura, Departamento de História, Centro de Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. https://doi.org/10.30553/sociologiaonline.2017.15.2
SETÚBAL, Paulo. A Marquesa de Santos. São Paulo, Saraiva,
SIRINELLI, Jean-François. Os intelectuais. In: RÉMOND, René. Por uma história política. Rio de Janeiro: FGV, 2003. p. 231-269.
SORÁ, Gustavo. Brasilianas: José Olympio e a gênese do mercado editorial brasileiro. São Paulo: Edusp, 2010.
TACHOT, Louise B.; GRUZINSKI, Serge. Passeurs culturels: mécanisme de métissage. Paris: FMSH, 2001.
TREBITSH, Michel. Avant-propos: la chapelle, le clan et le microcosme. Les Cahiers de L´IHTP, Paris, n. 20, p. 11-21, 1992.
VELHO, Gilberto. Projeto e metamorfose: antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
VITOR, Manoel. Ficção e realidade na obra de Paulo Setubal. São Paulo: Secretaria de Cultura e Tecnologia do Estado de São Paulo, 1976. https://doi.org/10.29289/259453942018v28s1057
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Angela Maria de Castro Gomes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.