Testemunhar em poesia: o caso de Marc de Larréguy
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2019.4.33978Palavras-chave:
Poesia. Testemunho. Ilocutório.Resumo
Como testemunhar declarando, paradoxalmente, não ter assistido aos acontecimentos? Este é, no entanto, o caso de Marc de Larréguy, cujos poemas nós examinamos aqui, poemas escritos no fronte, a respeito da guerra, durante a Primeira Guerra Mundial. Desenvolvemos a hipótese de que esses poemas nos parecem testemunhar porque seu autor faz o ato ilocutório de testemunhar, ou melhor, porque os conteúdos são prefixáveis por um eu testemunho que. Eles nos parecem testemunhar, não porque são testemunhos, mas porque dizem ser testemunhos. O valor ilocutório é apenas pretendido.
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