O falante como etnógrafo da própria língua: uma antropologia da enunciação

Autores

  • Valdir do Nascimento Flores Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7726.2015.s.23143

Palavras-chave:

Materialidade significante, Antropologia da enunciação, Falante, Voz, Contorno de sentido

Resumo

Este texto, de uma perspectiva enunciativa que visa abordar a propriedade
metalinguística da língua, apresenta e desenvolve a ideia segundo a qual o falante, ao falar da materialidade significante da língua, produz um comentário que atribui, no discurso, sentido a essa materialidade. O texto formula, também, uma reflexão acerca da voz, o que a promove à condição de materialidade significante por excelência. Finalmente, é apresentada, em seus aspectos gerais, a ideia de uma antropologia da enunciação, centrada na figura do falante.

*******************************************************************************************************************


The speaker as ethnographer of their own language: an anthropology of enunciation

 

Abstract: Based on an enunciative perspective that aims at addressing the metalinguistic property of language [langue], this text presents and develops the notion that the speaker, when speaking of the signifier materiality of language, makes a comment that assigns sense to this materiality within the discourse. The text also reflects on the voice, promoting it to the condition
of signifier materiality par excellence. Finally, the idea of an anthropology of enunciation, centered on the figure of the speaker, is presented in its general aspects.
Keywords: Signifier materiality; Anthropology of enunciation; Speaker; Voice; Outline of sense


Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valdir do Nascimento Flores, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil

Referências

AUTHIER-REVUZ, Jacqueline. Ces mots qui ne vont pas de soï, boucles réflexives et non-coïncidences du dire. Tome 1.Paris: Larousse, 1995.

AUTHIER-REVUZ, Jacqueline. Ces mots qui ne vont pas de soï, boucles réflexives et non-coïncidences du dire. Tome 2. Paris: Larousse, 1995.

BARTHES, Roland. O grão da voz. O óbvio e o obtuso. Lisboa:Edições 70, 2009.

BENVENISTE, Émile. Semiologia da Língua. Problemas de linguística geral II. Tradução de Eduardo Guimarães et al. São Paulo: Pontes, 1989.

BENVENISTE, Émile. Últimas aulas no Collège de France (1968 e 1969). Tradução de Daniel Costa da Silva et al. São Paulo: Unesp, 2014.

COSTA, Gal. Recanto ao vivo [DVD]. Direção: Dora Jobin e Gabriela Gastal. Universal Music, 2013, 1 DVD, 130 min.

DUBOIS, Jean; GIACOMO, Mathée; MARCELLESI, Christiane; MARCELLESI, Jean-Baptiste; MEVEL, Jean- Pierre. Dicionário de linguística. São Paulo: Cultrix, 1998.

FLORES, Valdir; BARBISAN, Leci; FINATO, Maria;TEIXEIRA, Marlene (Org.). Dicionário de linguística da enunciação. São Paulo: Contexto, 2009.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

HAGÈGE, Claude. L’Homme de Paroles. Paris: Librairie Arthème Fayard, 1985.

HARRIS, Zellig. Structures mathématiques du langages. Paris: Dunod, 1971.

HJELMSLEV, Louis. Prolegômenos a uma teoria da linguagem. Rio de Janeiro: Perspectiva, 1975.

JAKOBSON, Roman. Linguística e poética. Linguística e comunicação. São Paulo: Cultrix, 1974.

LYONS, John. Semântica I. Lisboa: Editorial Presença, 1980.

RÉCANATI, François. La transparence et l’énonciation, pour introduire a la pragmatique. Paris: Seuil, 1979.

REY-DEBOVE, Josette. Le métalangage, étude linguistique du discours sur le langage. Paris: Le Robert, 1978.

REY-DEBOVE, Josette. La linguistique du signe, une approche sémiotique du langage. Paris: Armand Colin, 1998.

REY-DEBOVE, Josette. Réflexions en forme de postface. In: AUTHIER-REVUZ, Jacqueline; DOURY, Marianne; REBOUL-TOURÉ, Sandrine. Parler des mots, le fait autonymique en discours. Paris: Presses Soubonne Nouvelle, 2013.

TODOROV, Tzvetan. A vida em comum: ensaio de antropologia geral. São Paulo: Unesp, 2014.

Downloads

Publicado

2016-02-18

Como Citar

Flores, V. do N. (2016). O falante como etnógrafo da própria língua: uma antropologia da enunciação. Letras De Hoje, 50(5), s90-s95. https://doi.org/10.15448/1984-7726.2015.s.23143

Edição

Seção

PPGL em diálogo – 45 anos