Dois empregos ofensivos da expressão castração química: o oponente e o partidário
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2015.3.21121Palavras-chave:
Léxico, Significação, Emprego argumentativo, Retórica, DiacroniaResumo
Este artigo procura compreender de onde vem o poder de causar medo da expressão “castração química”, que designa uma técnica médica que visa inibir as pulsões sexuais. Há dois tipos de emprego dessa expressão, cada um sendo, de um ponto de vista retórico, ofensivo a seu modo: o primeiro, o mais antigo, é o dos que se opõem a essa técnica e o segundo é o de seus partidários. Tentaremos determinar por que os oponentes foram os primeiros a empregar essa expressão para ofender seus interlocutores. Nós nos perguntaremos se seu poder ofensivo provém da significação das palavras ou do modo como elas são empregadas. A seguir, procuraremos compreender por que essa expressão é desde então empregada pelos partidários dessa técnica: será que ela não causa mais medo? Sua significação mudou? Ou é o modo como ela é empregada? E por que empregá-la mesmo se ela é considerada inadequada a seu objeto? Conduziremos este trabalho com as ferramentas de análise propostas pela Teoria dos Blocos Semânticos, desenvolvida por Marion Carel e Oswald Ducrot.
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Deux emplois offensifs de l´expression castration chimique: l´opposant et le partisan
Resumé: Cet article cherche à comprendre d'où vient le pouvoir de faire peur d'une expression à travers l'étude de l'expression “castration chimique”, qui désigne une technique médicale visant à inhiber les pulsions sexuelles. Il existe deux types d'emploi de cette expression, chacun étant, d'un point de vue rhétorique, offensif à sa manière: le premier, le plus ancien, est celui des opposants à cette technique et le second est celui de ses partisans. Nous essayerons de déterminer pourquoi les opposants ont, les premiers, employé cette expression pour offenser leurs interlocuteurs, nous nous demanderons si son pouvoir offensif provient de la signification des mots ou de la manière dont ils sont employés? Par suite, nous nous appliquerons à comprendre pourquoi cette expression est désormais employée par les partisans de cette technique: ne faitelle plus peur? Sa signification a-t-elle changé ou est-ce la façon dont elle est employée? Et pourquoi l'employer alors même qu'elle est jugée inadéquate à son objet? Nous mènerons ce travail avec les outils d'analyse que propose la Théorie des Blocs Sémantiques, développée par Marion Carel et Oswald Ducrot.
Mots-clés: Lexique; Signification; Emploi argumentatif; Rhétorique; Diachronie
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Referências
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