Formando professores de Português como Língua Adicional (PLA) para a superdiversidade
Desafios
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2020.4.38360Palavras-chave:
Política linguística, Superdiversidade, Formação de professores de PLAResumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre as lacunas que precisam ser equacionadas no que tange à institucionalização na área de Português como Língua Adicional (PLA) e sobre ações glotopolíticas nesse campo. Pretendemos discutir sobre alguns efeitos da ausência de documentos que orientam o ensino em salas de aula que refletem a realidade superdiversa em que estamos inseridos. Analisamos como o Exame Celpe-Bras - Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros - tem norteado políticas de ensino de PLA e, por fim, observamos os impactos dessa influência na formação de professores de PLA. Mobilizamos, para este estudo, os conceitos de superdiversidade; de saberes locais e saberes globais; de políticas linguísticas e ações glotopolíticas. Com base nesses conceitos, mostramos alguns dos saberes necessárias para o professor dar conta desses desafios que se impõem no trabalho hoje.
Palavras-chave: Política linguística. Superdiversidade. Formação de professores de PLA.
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