O combate ao terrorismo e a expansão do Direito Penal
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7718.2014.2.17320Palavras-chave:
Direito Penal. Expansão. Terrorismo.Resumo
Com as constantes e instantâneas modificações da sociedade moderna, por vezes qualificada como “sociedade do risco”, verifica-se uma gradual transformação dos desejos sociais e de sua expectativa em relação ao Direito Penal. Nesse cenário, constata-se um fenômeno de expansão do direito penal, na busca por respostas aos desejos da sociedade em geral. Considerando algumas manifestações dessa expansão do Direito Penal, o fenômeno terrorista passa a adotar o foco das atenções dos discursos repressivos. Então, com a intenção de compreender melhor esse processo expansivo do Direito Penal e o discurso de combate ao terrorismo, procurar-se-á estudar ambos os assuntos.Referências
ARLACCHI, Pino. Il mito del terrorismo. Revista de Estudos Criminais, São Paulo, ano 10, n. 45, p. 9-27, abr./jun. 2012.
BACIGALUPO, Enrique. Derecho penal y el Estado de Derecho. Chile: Editorial Juridica de Chile, 2005.
BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Tradução Neury Carvalho Lima. São Paulo: Hunter Books, 2012.
BECERRA RAMÍREZ, Manuel. El 11 de septiembre y el derecho internacional. In: VALDÉS UGALDE, José Luis; VALADÉS, Diego (Org.). Globalidad y conflicto: Estados Unidos y la crisis de septiembre. México: Instituto de Investigaciones Jurídicas, 2002. p. 257-270.
CALLEGARI, André Luís. Teoria geral do delito e da imputação objetiva. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
CALLEGARI, André Luis; WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi. Sistema Penal e política criminal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Algunas reflexiones preliminares sobre los delitos de terrorismo: eficacia y contaminación. In DIAZ-MAROTO Y VILLAREJO, Julio. Derecho y justicia penal en siglo XXI: liber amicorum en homenaje al profesor Antonio González-Cuéllar García. Madrid: Editorial Colex, 2006. cap. 3, p. 487-495.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Los delitos de terrorismo: estructura típica e injusto. Madrid: Editora Reus, 2010.
CAPITA REMEZAL, Mario. Análisis de la legislación penal antiterrorista. Madrid: Editorial Colex, 2008.
CEPEDA, Ana Isabel Pérez. La seguridad como fundamento de la deriva del Derecho penal postmoderno. Madrid: Iustel, 2007.
CORNELLI, Roberto. Miedo, criminalidad y orden. Tradução de Flavia Valgiusti, Joaquín Octavio Marcet e Carla Amans. Montevidéu: Editorial B de F, 2012.
DÍEZ RIPOLLÉS, José Luis. La política criminal en la encrucijada. Buenos Aires: B de F, 2007.
FERRAJOLI, Luigi. Principia iuris: teoria del diritto e della democrazia. 2. Teoria della democrazia. Itália, Bari: Ediroti Laterza, 2007, v. 2.
HASSEMER, Winfried. Derecho Penal simbólico y protección de bienes jurídicos. In: BUSTOS RAMIREZ, Juan (Dir.). Pena y Estado. Santiago: Editorial Jurídica ConoSur, 1995. p. 23-36.
HUSAK, Douglas. Sobrecriminalización: los límites del Derecho penal. Traducción e introducción de Rocío Lorda Ferreccio. Madrid: Marcial Pons, 2013.
JAKOBS, Günther; CANCIO MELIÁ, Manuel. Direito penal do inimigo: noções e críticas. Organização e tradução de André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.
JUANATEY DORADO, Carmen (Dir.); FERNÁNDEZ-PACHECO ESTRADA, Cristina. El nuevo panorama del terrorismo en España: perspectiva penal, penitenciaria y social. Alicante: Publicaciones de la Universidad de Alicante, 2013.
LLOBET ANGLÍ, Mariona. Derecho penal del terrorismo:
límites de su punición en un Estado democrático. Madrid: La Ley, 2010.
PÉREZ ROYO, Javier (Dir.); CARRASCO DURÁN, Manuel (coord.). Terrorismo, democracia y seguridad, en perspectiva constitucional. Marcial Pons: Madrid, 2010.
REVILLA MONTOYA, Pablo César. El terrorismo global. Inicio, desafios y médios político-jurídicos de enfrentamiento. Anuario Mexicano de Derecho Internacional. México, v. 5.
SENDEREY, Israel Drapkin. Imprensa e criminalidade. Tradução de Ester Kosovski. São Paulo: José Bushatsky Editor, 1983.
SILVA SÁNCHEZ, Jesús-María. A expansão do direito penal: aspectos da política criminal nas sociedades pós-industriais. Tradução de Luiz Otavio de Oliveira Rocha. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.
VIGANÒ, Francesco. Terrorismo, guerra e sistema penale. Rivista Italiana di Diritto e Procedura Penale, Milão, v. 49, p. 648-703, abr./jun. 2006.
WAINBERG, Jacques A. Mídia e terror: comunicação e violência política. São Paulo: Paulus, 2005.
WILKINSON, Paul. Terrorismo político. Rio de Janeiro: Artenova, 1976.
ZAFFARONI. Eugenio Raúl. O inimigo no direito penal. Rio de Janeiro: Revan. 2007.
BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p. 21.
DÍEZ RIPOLLÉS, José Luis. La política criminal en la encrucijada. Buenos Aires: B de F, 2007. p. 108. (tradução nossa).
ENDEREY, Israel Drapkin. Imprensa e criminalidade. Tradução de Ester Kosovski. São Paulo: José Bushatsky Editor, 1983. p. 39.
CORNELLI, Roberto. Miedo, criminalidad y orden. Tradução de Flavia Valgiusti, Joaquín Octavio Marcet e Carla Amans. Montevidéu: Editorial B de F, 2012. p. 71.
WAINBERG, Jacques A. Mídia e terror: comunicação e violência política. São Paulo: Paulus, 2005. p. 31.
SENDEREY, Israel Drapkin. Imprensa e criminalidade. Tradução de Ester Kosovski. São Paulo: José Bushatsky Editor, 1983. p. 17-18.
RAMOS, João Gualberto Garcez. A inconstitucionalidade do "Direito Penal do Terror". Curitiba: Juruá, 1991. p. 12.
CALLEGARI, André Luis; WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi. Sistema Penal e política criminal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010. p. 45.
JAKOBS, Günther; CANCIO MELIÁ, Manuel. Direito penal do inimigo: noções e críticas. Organização e tradução de André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. p. 79.
JAKOBS, Günther; CANCIO MELIÁ, Manuel. Direito penal do inimigo: noções e críticas. Organização e tradução de André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. p. 88.
DÍEZ RIPOLLÉS, José Luis. La política criminal en la encrucijada. Buenos Aires: B de F, 2007. p. 76. (tradução nossa).
SILVA SÁNCHEZ, Jesús-María. A expansão do direito penal: aspectos da política criminal nas sociedades pós-industriais. Tradução de Luiz Otavio de Oliveira Rocha. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002. p. 23.
BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p. 149.
HUSAK, Douglas. Sobrecriminalización: los límites del Derecho penal. Traducción e introducción de Rocío Lorda Ferreccio. Madrid: Marcial Pons, 2013. p. 57.
DÍEZ RIPOLLÉS, José Luis. La política criminal en la encrucijada. Buenos Aires: B de F, 2007. p. 79. (tradução nossa).
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Tradução Neury Carvalho Lima. São Paulo: Hunter Books, 2012. p. 20.
HUSAK, Douglas. Sobrecriminalización: los límites del Derecho penal. Traducción e introducción de Rocío Lorda Ferreccio. Madrid: Marcial Pons, 2013. p. 52.
CALLEGARI, André Luís. Teoria geral do delito e da imputação objetiva. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 3.
CEPEDA, Ana Isabel Pérez. La seguridad como fundamento de la deriva del Derecho penal postmoderno. Madrid: Iustel, 2007. p. 313.
JAKOBS, Günther; CANCIO MELIÁ, Manuel. Direito penal do inimigo: noções e críticas. Organização e tradução de André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. p. 34.
BACIGALUPO, Enrique. Derecho penal y el Estado de Derecho. Chile: Editorial Juridica de Chile, 2005. p. 85.
JAKOBS, Günther; CANCIO MELIÁ, Manuel. Direito penal do inimigo: noções e críticas. Organização e tradução de André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. p. 26.
ZAFFARONI. Eugenio Raúl. O inimigo no direito penal. Rio de Janeiro: Revan. 2007. p. 18.
VIGANÒ, Francesco. Terrorismo, guerra e sistema penale. Rivista Italiana di Diritto e Procedura Penale, Milão, v. 49, p. 670, abr./jun. 2006.
JAKOBS, Günther; CANCIO MELIÁ, Manuel. Direito penal do inimigo: noções e críticas. Organização e tradução de André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. p. 94.
JAKOBS, Günther; CANCIO MELIÁ, Manuel. Direito penal do inimigo: noções e críticas. Organização e tradução de André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. p. 74.
ARLACCHI, Pino. Il mito del terrorismo. Revista de Estudos Criminais, São Paulo, ano 10, n. 45, p. 11, abr./jun.2012.
CAPITA REMEZAL, Mario. Análisis de la legislación penal antiterrorista. Madrid: Editorial Colex, 2008.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Los delitos de terrorismo: estructura típica e injusto. Madrid: Editora Reus, 2010.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Los delitos de terrorismo: estructura típica e injusto. Madrid: Editora Reus, 2010. p. 82.
ARROYO ZAPATERO, L., 1985 apud CAPITA REMEZAL, Mario. Análisis de la legislación penal antiterrorista. Madrid: Editorial Colex, 2008. p. 25.
REVILLA MONTOYA, Pablo César. El terrorismo global. Inicio, desafios y médios político-jurídicos de enfrentamiento. Anuario Mexicano de Derecho Internacional. México, v. 5, p. 406, 2005.
BECERRA RAMÍREZ, Manuel. El 11 de septiembre y el derecho internacional. In: VALDÉS UGALDE, José Luis; VALADÉS, Diego (Org.). Globalidad y conflicto: Estados Unidos y la crisis de septiembre. México: Instituto de Investigaciones Jurídicas, 2002. p. 259.
WILKINSON, Paul. Terrorismo político. Rio de Janeiro: Editora Artenova, 1976. p. 13.
BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p. 140.
WAINBERG, Jacques A. Mídia e terror: comunicação e violência política. São Paulo: Paulus, 2005. p. 15.
WAINBERG, Jacques A. Mídia e terror: comunicação e violência política. São Paulo: Paulus, 2005. p. 63.
VIGANÒ, Francesco. Terrorismo, guerra e sistema penale. Rivista Italiana di Diritto e Procedura Penale, Milão, v. 49, p. 655, abr./jun. 2006.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Los delitos de terrorismo: estructura típica e injusto. Madrid: Editora Reus, 2010. p. 57.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Los delitos de terrorismo: estructura típica e injusto. Madrid: Editora Reus, 2010. p. 56.
HUSAK, Douglas. Sobrecriminalización: los límites del Derecho penal. Traducción e introducción de Rocío Lorda Ferreccio. Madrid: Marcial Pons, 2013. p. 57.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Los delitos de terrorismo: estructura típica e injusto. Madrid: Editora Reus, 2010. p. 73.
FERRAJOLI, Luigi. Principia iuris: teoria del diritto e della democrazia. 2. Teoria della democrazia. Itália, Bari: Ediroti Laterza, 2007, v. 2. p. 364.
Nesse mesmo sentido, refere Manuel Cancio Meliá: “Parece que en el caso de estos grupos, es especialmente claro que resulta imposible desarticular – usando sólo medios de persecución criminal y duraderamente – una organización multicéntrica y carente de una verdadera estructura funcional en su conjunto.” (CANCIO MELIÁ, Manuel. Los delitos de terrorismo: estructura típica e injusto. Madrid: Editora Reus, 2010. p. 61)
FERRAJOLI, Luigi. Principia iuris: teoria del diritto e della democrazia. 2. Teoria della democrazia. Itália, Bari: Ediroti Laterza, 2007, v. 2. p. 507.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Los delitos de terrorismo: estructura típica e injusto. Madrid: Editora Reus, 2010. p. 77.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Algunas reflexiones preliminares sobre los delitos de terrorismo: eficacia y contaminación. In DIAZ-MAROTO Y VILLAREJO, Julio. Derecho y justicia penal en siglo XXI: liber amicorum en homenaje al profesor Antonio González-Cuéllar García. Madrid: Editorial Colex, 2006. cap. 3, p. 491.
LLOBET ANGLÍ, Mariona. Derecho penal del terrorismo: límites de su punición en un Estado democrático. Madrid: La Ley, 2010. p. 140-141 e 145.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Algunas reflexiones preliminares sobre los delitos de terrorismo: eficacia y contaminación. In DIAZ-MAROTO Y VILLAREJO, Julio. Derecho y justicia penal en siglo XXI: liber amicorum en homenaje al profesor Antonio González-Cuéllar García. Madrid: Editorial Colex, 2006. cap. 3, p. 488.
FERRAJOLI, Luigi. Principia iuris: teoria del diritto e della democrazia. 2. Teoria della democrazia. Itália, Bari: Ediroti Laterza, 2007, v. 2. p. 508-509.
BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p. 159.
PÉREZ CEPEDA, Ana Isabel. La seguridad como fundamento de la deriva del Derecho penal postmoderno. Madrid: Editora Iustel, 2007. p. 173.
VIGANÒ, Francesco. Terrorismo, guerra e sistema penale. Rivista Italiana di Diritto e Procedura Penale, Milão, v. 49, p. 653, abr./jun. 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
DIREITOS AUTORAIS
A submissão de originais para a Direito & Justiça implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Direito & Justiça como o meio da publicação original.
LICENÇA CREATIVE COMMONS
Em virtude de ser uma revista de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações científicas e educacionais, desde que citada a fonte. De acordo com a Licença Creative Commons CC-BY 4.0, adotada pela Direito & Justiça o usuário deve respeitar os requisitos abaixo.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercialmente.
Porém, somente de acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira que a Direito & Justiça apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Avisos:
Você não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais, podem limitar o uso do material.
Para mais detalhes sobre a licença Creative Commons, siga o link no rodapé desta página eletrônica.