Preparar para adotar?

Reflexões a respeito da orientação de famílias na prática da adoção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1981-2582.2022.1.33320

Palavras-chave:

adoção, preparação, prevenção, formação do psicólogo

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar, a partir do contexto jurídico da adoção no Brasil, alguns elementos presentes nas forças em jogo na prática de preparar as famílias que pretendem adotar, dando relevo às atividades de orientação realizadas por psicólogos a esses pretendentes. Na pesquisa de mestrado que embasa este artigo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com membras de um grupo de apoio à adoção e com profissionais de escolas públicas e particulares em uma cidade do interior paulista. Também houve participações em reuniões de preparação de pretendentes à adoção promovidas por esse grupo de apoio. Ressaltamos, na análise deste trabalho, o perigo de algumas práticas que, mesmo buscando combater estereótipos, podem fortalecê-los, exigindo, em relação às intervenções realizadas enquanto psicólogos, a constante necessidade de revisitar suas estratégias e seus efeitos. Defendemos a direção ética de um trabalho que fortaleça rupturas na concepção de família ideal contida na prática da adoção.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lívia Anicet Zanini, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.

Mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, SP, Brasil. Psicóloga pelo Instituto de Psicologia da USP. 

Adriana Marcondes Machado, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.

Doutora e mestre em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, SP, Brasil. Professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Livre-Docente em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, SP, Brasil.

Referências

Aguiar, K., & Rocha, M. (2007). Micropolítica e o exercício da pesquisa-intervenção: Referenciais e dispositivos em análise. Psicologia: Ciência e Profissão, 27(4), 648-663. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932007000400007

Ferreira, L. A. M. (2010). Adoção: Guia Prático doutrinário e processual com as alterações da Lei n. 12.010 de 03/08/2009. Cortez.

Foucault, M. (2003). A verdade e as formas jurídicas. Conferências de Michel Foucault na PUC Rio de 21 a 25 de maio de 1973 (Tradução de Roberto Cabral de Melo Machado e Eduardo Jardim Morais, supervisão final do texto Léa Porto de Abreu Novaes et. al.). Nau Editora.

Foucault, M. (2010). Os Anormais. Curso no Collège de France (Tradução de Brandão, E.). WMF Martins Fontes.

Foucault, M. (2012). A ética do cuidado de Si como Prática da Liberdade. In M. Foucault, Ditos e escritos V. (pp. 258-280). Forense Universitária.

Freire, F. (Org.). (1994). Abandono e adoção: Contribuições para uma cultura da adoção II. Terre des hommes.

Ghirardi, M. L. de A. M. (2015). Devolução de crianças adotadas: Um estudo psicanalítico. Primavera Editorial.

Leão, S. C. de S., Oishi, J. M. (2017). Nas brechas do poder: fragmentos do trabalho do psicólogo nas Varas de Infância e Juventude. In A. M. Machado, A. B. C Lerner, & P. F. Fonseca, Concepções e proposições em Psicologia e Educação (pp. 243-250). Blucher.

Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. (1990). Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm

Lei nº 12.010, de 3 de agosto de 2009. (2009). Dispõe sobre adoção; altera as Leis nos 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, 8.560, de 29 de dezembro de 1992; revoga dispositivos da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, e da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943; e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12010.htm

Lei no 13.509, de 22 de novembro de 2017. (2017). Dispõe sobre adoção e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13509.htm

Lemos, F. C. S., Nascimento, M. L. do, Galindo, D. (2021) Uma crítica às facetas da medicalização pela gestão dos riscos. Fractal: Revista de Psicologia, 33(3), 165-172. https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5746/30826

Machado, A. M. (2021a). Quando a escrita toca a produção institucional em um trabalho de extensão universitária [Tese de Livre Docência, Universidade de São Paulo] https://doi.org/10.11606/T.47.2021.tde-15122021-115559

Machado, A. M. (2021b) Uma carta-luta aos que atuam na educação e na saúde. In R. B. Ceccim, & C. R. Freitas. (Orgs.), Fármacos, remédios, medicamentos: o que a Educação tem com isso? (pp.315-324). Rede Unida.

Nascimento, M. L. do (2012). Abrigo, pobreza e negligência: Percursos de judicialização. Psicol. Soc., 24(esp.), 39-44. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822012000400007&lng=en&nrm=iso

Nogueira, M. A. (2006). Família e escola na contemporaneidade: Os meandros de uma relação. Educação e Realidade, 31(2), 155-170. http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/viewFile/6850/4121

Oishi, J. M. (2013). A adoção e o adotável: Do desbotar da memória à (des)construição da filiação [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo,]. https://doi.org/10.11606/D.47.2013.tde-30072013-114647

Oliveira, R., & Machado, A. M. (2021). Entrevista como experiência, loucura como método: composição de uma ética do encontro. Revista Estudos e Pesquisas em Psicologia, 21(2), 416-436.

Oliveira, D. S. de, & Schwartz, E. R. D. (2013). The new Adoption Law: Legal and psychological aspects. Estud. psicol., 30(3), 445-453. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2013000300014&lng=en&nrm=iso

Paiva, L. D. de (2004). Adoção: Significados e possibilidades (Coleção Psicologia Jurídica). Casa do Psicólogo.

Rocha, M. (2011). Desafios da Psicologia e Educação: Entre a macro e a micro política. In R. G. Azzi, & M. H. A. Gianfaldoni, Psicologia e Educação (série ABEP Formação, pp.199-217). Casa do Psicólogo.

Sayão, R., & Aquino, J. G. (2006). Família: Modos de usar. Papirus.

Schmitt, F. M., Arpini, D. M., & Kostulski, C. A. (2020). Percepções de Participantes de um Grupo de Apoio à Adoção acerca desta experiência. Contextos Clínicos, 13(1), 152-173. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cclin/v13n1/v13n1a09.pdf

Silva, M. L., & Arpini, D. M. (2013). A nova lei nacional de adoção: Desafios para a reinserção familiar. Psicol. estud., 18(1), 125-135. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722013000100013&lng=en&nrm=iso

Siqueira, A. C., Scott, J. B., & Schmitt, F. M. (2019). Reinserção familiar de crianças e adolescentes acolhidos: Atuação do psicólogo em três estados brasileiros. Psicologia em estudo, 24, 1-15. https://www.scielo.br/j/pe/a/mGvxdwkDwhkFH7V3GFC6rkh/?format=pdf&lang=pt

Veloso, L. F. (2015). Como crianças e adolescentes adotivos são vistos pela escola. Appris.

Zanini, L. A. (2016). Adotando a adoção a partir de processos de formação [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo]. https://doi.org/10.11606/D.47.2017.tde-05012017-103650

Downloads

Publicado

2022-08-25

Como Citar

Zanini, L. A., & Machado, A. M. (2022). Preparar para adotar? Reflexões a respeito da orientação de famílias na prática da adoção. Educação, 45(1), e33320. https://doi.org/10.15448/1981-2582.2022.1.33320

Edição

Seção

Outros Temas