Fenomenologia do Direito em Alexandre Kojève

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2006.4.34629

Palavras-chave:

Filosofia do reconhecimento. Hegel, Intersubjetividade.

Resumo

O tema do reconhecimento é central na obra de G. W. F Hegel. Classicamente, situa-se na figura da luta entre o senhor e o escravo, na Fenomenologia do Espírito. A intersubjetividade e, portanto, o reconhecimento, na obra hegeliana, colocam o seguinte problema: como é possível construir uma interpretação que supere o conceito de subjetividads moderna, positivado pela prática jusfilosófica, vindo a garantir um novo paradigma fundado na intersubjetividade e, portanto, pressupondo a teoria hegeliana do reconhecimento? Em primeiro lugar, analisa-se o desejo antropológico de reconhecimento como fonte da idéia de justiça em A. Kojéve.
Em seguida, apresenta-se, segundo 0 mesmo autor, a fenomenologia da justiça, que parte do princípio de que o desejo, conforme Hegel, quer o reconhecimento, sendo este a fonte última da idéia de justiça. Kojéve expõe fenomenologicamente a idéia de justiça, em  três momentos: a justiça aristocrática ou a
igualdade, a justiça burguesa ou a equivalência e a justiça cidadã ou a equidade. Finalmente, conclui-se que o reconhecimento intersubjetivo ocorre em vários níveis de mediação social, jurídica e política. Assim, na complexidade da sociedade mundializada, produzir uma hermenêutica jusfilosófica de cunho intersubjetivo encontra, na teoria hegeliana do reconhecimento, um fundamental pressuposto epistemológico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

________. Estado de excepción. Trad. Flavia Costa e Ivana Costa. Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2004;

BARRETO, Vicente de Paulo (Coord.). Dicionário de Filosofia do Direito. São Leopoldo: UNISINOS,2006.

BOBBIO, Norberto. Estudos sobre Hegel. Direito, Sociedade Civil, Estado. 2. ed. São Paulo: UNESP/Brasiliense, 1991.

BOURGEOIS, Bernard. Le Droit Naturel de Hegel (1802-1803). Commentaire. Contribution à I'étude de la genêse de la spéculation hégélienne à Iéna. Paris: Vrin, 1986.

FICHTE, J. G. Fondement du droit naturel selon les principes de la doctrine de la science (Trad.Alain Renaut). Paris: PUF, 1984.

HABERMAS. J. O Discurso filosófico da modernidade. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1998.

HEGEL, G. W. F. Des maniêres de traiter scientifiquement du droit naturel, de sa place dans laphilosophie pratique, et de son rapport aux sciences positives du droit. Trad. de B. Bourgeois. Paris: Vrin, 1990.

________. Principes de la philosophie du droit. Trad. de Jean-François Kervégan. Paris: PUF, 1998.

________. Fenomenologia do espirito Trad. de Paulo Meneses. Petrópolis/Bragança Paulista: Vozes/Universidade São Francisco, 2002.

HONNETH, Axel. Luta por Reconhecimento: a gramática mora! dos conflitos sociais. Trad. de Luiz Repa. São Paulo: Editora 34, 2003.

JARCZYK, Gwendoline e LABARRIÉRE, Pierre-Jean. De Kojêve a Hegel. 150 anos do pensamento hegeliano na França. Paris: Ed. Albin Michel, 1996.

KOJÉVE, Alexandre. Esquisse d'une phénoménologie du Droit. Paris: Gallimard, 1981.

________. Introduction à la lecture de Hegel. Paris: Gallimard, 1994.

Downloads

Publicado

2006-12-01

Como Citar

Bavaresco, A., & Christino, S. B. (2006). Fenomenologia do Direito em Alexandre Kojève. Veritas (Porto Alegre), 51(4), 5–28. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2006.4.34629

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>