O senso comum e a filosofia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2019.2.33525

Palavras-chave:

Afrikan Spir. Conhecimento. Absoluto. Princípio de identidade. Consciência.

Resumo

Ainda que pouco conhecido e estudado em nossa época, o filósofo neokantiano russo, de origem greco-alemã, Afrikan Spir, produziu uma obra original que teve repercussões importantes em seu tempo. Nascido um pouco antes de Nietzsche, em 1837, Spir será citado por ele, sobretudo, no que se refere às questões que envolvem o caráter transcendental do conhecimento. Afinal, como Kant, Spir defende que o mundo nos aparece mediado por nossa sensibilidade; mediado e organizado pelas estruturas “a priori” do conhecimento, ou seja, do mundo recebemos apenas impressões sensoriais, qualidades sensíveis, cabendo ao sujeito cognoscente ordená-las a partir de suas intuições. No entanto, na intitulada filosofia crítica de Spir, o único e o verdadeiro, à priori,  é o “princípio de identidade”, que seria o responsável pela síntese do conhecimento, seja de nós mesmos, seja dos objetos do mundo. Em poucas palavras, segundo Spir, e contestando o senso comum e o próprio objetivismo científico, não existe nada que seja estável e absoluto fora de nós. Todo o absoluto diz respeito ao pensamento. Mesmo o “eu” nada mais é do que uma síntese operada pela consciência.

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Biografia do Autor

Regina Schöpke, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, R J

Filósofa, historiadora e, atualmente, ocupa o cargo de Professora Adjunta do Departamento de Filosofia e do PPGFIL da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). É autora dos livros Por uma filosofia da diferença: Gilles Deleuze, o pensador nômade (Contraponto Editora), Matéria em movimento: a ilusão do tempo e o eterno retorno (Martins Fontes) e Dicionário Filosófico (Martins Fontes). É tradutora de diversas obras de filosofia e, durante anos, foi resenhista de livros em jornais de grande circulação.

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Publicado

2019-10-15

Como Citar

Schöpke, R. (2019). O senso comum e a filosofia. Veritas (Porto Alegre), 64(2), e33525. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2019.2.33525