A Hipótese da Linguagem da Comunicação para a Evolução da Consciência

Resumo

O presente artigo se ocupa do problema funcional da consciência referente às questões do porquê a consciência evoluiu e se é relevante para os organismos. A hipótese defendida é que a consciência tem a função comunicativa capaz de recrutar a memória de trabalho, especialmente, os seus subcomponentes especialistas em linguagem, e o sistema cognitivo-computacional, que tem, em seu núcleo, uma estrutura sintática para codificar simbolicamente a informação implícita no organismo. Aos organismos que possuem esses recursos, foi conferida uma vantagem adaptativa, uma vez que tais organismos vivem numa organização socialmente interdependente e, assim, puderam comunicar aos outros organismos, com mais complexidade e precisão do que a comunicação comportamental não simbólica, os seus estados internos e implícitos, tais como o estado dos seus corpos, as suas intenções, os seus planos, e as características do ambiente. A metodologia possui duas fases: primeiro, uma abordagem teórico-conceitual, com base em variados modelos explicativos teórico-experimentais, na qual foram comparadas diferentes definições teórico-conceituais para a origem da consciência. Depois, modelos filogenéticos de estudos comparativos forneceram insights válidos sobre a consciência em animais humanos e não-humanos. Assim, o objetivo geral aqui consiste em postular uma definição conceitual de consciência. Os resultados sugeriram quais as condições necessárias para a emergência da consciência no tocante à memória de trabalho, atenção, representações de alta-ordem e linguagem. Concluiu-se que a pesquisa está em uma fase de brainstorming. Nessa fase, a hipótese é avaliada criticamente e submetida a testes de aproximação com diferentes modelos. Se for bem-sucedida, ela poderá ser aplicada experimentalmente no futuro.