Interpretação de atos de fala
Metáforas e o papel da abdução
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2022.1.40490Palavras-chave:
Interpretação, Atos de fala, Intencionalidade, Abdução, MetáforasResumo
Neste artigo apresentamos de forma breve uma teoria searliana de interpretação dos atos de fala. Mostramos através do exemplo das metáforas que, conforme proposta por Searle, a interpretação de atos de fala consistiria em reconhecer a intenção do falante. Esse processo se daria por meio do uso de regras convencionais da linguagem tanto pelo falante quanto pelo ouvinte. Contudo, as metáforas são um exemplo de que essa proposta de interpretação não é suficiente para descrever o processo pelo qual os agentes interpretam atos de fala. Argumentamos que se deve acrescentar a esse processo a noção de regras estratégicas. Seguindo Peirce, duas regras estratégicas são oferecidas: o princípio da coerência e o princípio da economia. Parece também satisfatório acrescentar o princípio da não-contradição. Embora estudos empíricos não sejam definitivos sobre o tema da interpretação, em especial sobre metáforas, os resultados apontam para a aplicação de regras estratégicas na interpretação. Finalmente, é sugerido que se Searle está certo ao dizer que interpretação é o reconhecimento da intenção do falante, então a interpretação depende do uso de regras convencionais e do uso de regras estratégicas.
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