Solus Christus diante do ecumenismo e do diálogo inter-religioso

Resumo

O solus Christus é o princípio que norteia todos os demais: a teologia da Reforma é cristocêntrica. Para as pessoas cristãs, a revelação de Deus e o acesso a Deus passam pela encarnação em Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho de Deus conforme a compreensão da tradição cristã. Isso coloca a fé cristã e a teologia que sobre ela reflete em curso de conflito com o estrito monoteísmo de muçulmanos e judeus, por um lado, e com a devoção mariana católica, por outra, ao defender a unicidade do Cristo como salvador. Essa questão é objeto de diálogo ecumênico e inter-religioso e foi razão de forte polêmica na época de Lutero. O presente artigo procura apresentar de forma diferenciada a posição de Lutero em relação ao islamismo, ao judaísmo e a Maria, defendendo não poder tratar-se, hoje, de um diálogo com posições fechadas – mas tampouco de um diálogo sem posição: para quem confessa a fé cristã, é por meio do Cristo que Deus salva, doa-se e relaciona-se conosco.