Medellín e o imperativo da Nova Evangelização
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-6736.2018.2.32334Palavras-chave:
Nova Evangelização. Vaticano II. Medellín. América Latina. Pós-modernidade.Resumo
Com este artigo, desejamos recuperar a origem e o sentido originário da expressão “nova evangelização”, gestada no contexto da Igreja Católica na América Latina, sob o espírito de renovação do Concílio Ecumênico Vaticano II, na Conferência de Medellín em 1968. Não é raro atribuir a João Paulo II asua paternidade, visto que inúmeras vezes o pontífice fez uso da expressão. Mas, não significa queele tenha captado e reconhecido sua verdadeira face. Seu projeto, em grande medida, parece que esteve distante do espírito do Vaticano II e da tradição libertadora latino-americana. Evidente queo conceito “nova evangelização”, plasmado em Medellín, tem conotação específica. Entretanto,parece que determinados processos de evangelização levados a cabo pela própria Igreja Católica, sobretudo a partir dos anos 1990, esteve distante do seu sentido originário. Nem toda denominada “nova evangelização” é realmente nova, tanto fora como aqui em nosso Continente. Entretanto, ainda que “brasa sob cinzas”, a nova evangelização, preconizada por Medellín, existe e resiste contra toda esperança. Por isso, o imperativo por uma “conversão pastoral”, da Conferência de Aparecida, parece ser o melhor caminho para se pensar na vigência da “nova evangelização” em tempos pós-modernos.
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