Dificuldades observadas em um centro de referência no diagnóstico e manejo de gestantes com toxoplasmose
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-6108.2010.1.5870Palavras-chave:
TOXOPLASMOSIS, CONGENITAL, TOXOPLASMOSIS / diagnosis,Resumo
OBJETIVOS: avaliar as dificuldades encontradas no atendimento de gestantes com diagnóstico de toxoplasmose por parte de serviços de atendimento pré-natal. MÉTODOS: estudo longitudinal, prospectivo, com 262 gestantes encaminhadas ao Ambulatório de Toxoplasmose do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas-Fundação Oswaldo Cruz, entre janeiro de 2005 e julho de 2009. RESULTADOS: a maioria das gestantes foram encaminhadas no segundo ou terceiro trimestre de gestação (91,2%) e por serviços públicos de saúde (81,3%). O tempo médio de demora na coleta de sangue para os testes sorológicos no pré-natal foi de 113,4 dias. Houve demora média de 52,1 dias para o encaminhamento e 160,6 dias para o início do tratamento. Mulheres mais jovens e aquelas provenientes do sistema público de saúde foram encaminhadas mais tardiamente. O tratamento foi iniciado na origem em apenas 16% das gestantes, e 5% destas não receberam a dose preconizada de espiramicina. No Centro de Referência houve baixa confirmação dos testes sorológicos realizados nos serviços de saúde de origem. Constatou-se que 12,6% das gestantes com diagnóstico inicial de toxoplasmose aguda eram suscetíveis à infecção por Toxoplasma gondii, sendo os testes considerados falso-positivos. CONCLUSÕES: este estudo destaca dificuldades observadas no manejo de gestantes com toxoplasmose por parte do atendimento pré-natal da rede básica de saúde, incluindo a atenção quanto à qualidade dos testes diagnósticos e a necessidade de maior ênfase na educação continuada dos profissionais de saúde.Downloads
Referências
Desmonts G, Couvreur J. Toxoplasmosis in pregnancy and its transmission to the fetus. Bull N Y Acad Med.1974;50:146-59.
Kimball AC, Kean BH, Fuchs F. Congenital toxoplasmosis: a prospective study of 4,048 obstetric patients. Am J Obstet Gynecol. 1971;111:211-8.
Stray-Pedersen B. A prospective study of acquired toxoplasmosis among 8,043 pregnant women in the Oslo area. Am J Obstet Gynecol. 1980;136:399-406.
Guerina NG, Hsu HW, Meissner HC, et al. Neonatal serologic screening and early treatment for congenital Toxoplasma gondii infection. The New England Regional Toxoplasma Working Group. N Engl J Med. 1994;330:1858-63.
Wilson CB, Remington JS, Stagno S, et al. Development of adverse sequelae in children born with subclinical congenital Toxoplasma infection. Pediatrics. 1980; 66:767-74.
Koppe JG, Loewer-Sieger DH, de Roever-Bonnet H. Results of 20-year follow-up of congenital toxoplasmosis. Lancet. 1986;1:254-6.
Montoya JG, Remington JS. Management of Toxoplasma gondii infection during pregnancy. Clin Infect Dis. 2008;47:554-66.
Naot Y, Desmonts G, Remington JS. IgM enzyme-linked immunosorbent assay test for the diagnosis of congenital Toxoplasma infection. J Pediatr. 1981;98:32-6.
Montoya JG. Laboratory diagnosis of Toxoplasma gondii infection and toxoplasmosis. J Infect Dis. 2002;185(Suppl 1):s73-82.
Siegel JP, Remington JS. Comparison of methods for quantitating antigen-specific immunoglobulin M antibody with a reverse enzyme-linked immunosorbent assay. J Clin Microbiol.1983;18:63-70.
Sabin AB, A. FH. Dyes as microchemical indicators of a new immunity phenomenon affecting a protozoan parasite (Toxoplasma). Science.1948;10:660-3.
Liesenfeld O, Press C, Montoya JG, et al. False-positive results in immunoglobulin M (IgM) toxoplasma antibody tests and importance of confirmatory testing: the Platelia Toxo IgM test. J Clinical Microbiol. 1997;35:174-8.
Gilbert R, Gras L. Effect of timing and type of treatment on the risk of mother to child transmission of Toxoplasma gondii. BJOG. 2003;110:112-20.
The SYROCOT (Systematic Review on Congenital Toxoplasmosis) study group, Thiebaut R, Leproust S, et al. Effectiveness of prenatal treatment for congenital toxoplasmosis: a metanalysis of individual patients’ data. Lancet. 2007;369:115-22.
Gras L, Wallon M, Pollak A, et al. Association between prenatal treatment and clinical manifestations of congenital toxoplasmosis in infancy: a cohort study in 13 European centres. Acta Paediatr. 2005;94:1721-31.
Gras L, Gilbert RE, Ades AE, et al. Effect of prenatal treatment on the risk of intracranial and ocular lesions in children with congenital toxoplasmosis. Int J Epidemiol. 2001;30:1309-13.
Fernandes GC, Azevedo RS, Amaku M, et al. Seroepidemiology of Toxoplasma infection in a metropolitan region of Brazil. Epidemiol Infect. 2009;137:1809-15.
Barbosa IR, de Carvalho Xavier Holanda CM, de Andrade-Neto VF. Toxoplasmosis screening and risk factors amongst pregnant females in Natal, northeastern Brazil. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2009;103:377-82.
Haidar FH, Oliveira UF, Nascimento LF. Maternal educational level: correlation with obstetric indicators. Cad Saúde Pública. 2001;17:1025-9.
Puccini RF, Pedroso GC, da Silva EM, et al. Prenatal and childbirth care equity in an area in Greater Metropolitan Sao Paulo, 1996. Cad Saúde Pública. 2003;19:35-45.
Paredes I, Hidalgo L, Chedraui P, et al. Factors associated with inadequate prenatal care in Ecuadorian women. Int J Gynaecol Obstet. 2005;88:168-72.
Carellos EV, Andrade GM, Aguiar RA. Evaluation of prenatal screening for toxoplasmosis in Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil: a cross-sectional study of postpartum women in two maternity hospitals. Cad Saúde Pública. 2008;24:391-401.
Jones JL, Dietz VJ, Power M, et al. Survey of obstetrician-gynecologists in the United States about toxoplasmosis. Infect Dis Obstet Gynecol. 2001;9:23-31.
Giles ML, Pedrana A, Jones C, et al. Antenatal screening practice for infectious diseases by general practitioners in Australia. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2009; 49:39-44.
Ashburn D, Evans R, Skinner LJ, et al. Comparison of relative uses of commercial assays for Toxoplasma gondii IgM antibodies. J Clin Pathol. 1992;45:483-6.
Del Bono V, Canessa A, Bruzzi P, et al. Significance of specific immunoglobulin M in the chronological diagnosis of 38 cases of toxoplasmic lymphadenopathy. J Clin Microbiol. 1989;27:2133-5.
Bobic B, Sibalic D, Djurkovic-Djakovic O. High levels of IgM antibodies specific for Toxoplasma gondii in pregnancy 12 years after primary toxoplasma infection: case report. Gynecol Obstet Invest. 1991;31:182-4.