PREVALÊNCIA DE DOR CRÔNICA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS DE UM HOSPITAL NO SUL DE SANTA CATARINA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2024.1.45771

Palavras-chave:

dor oncológica, dor crônica, avaliação da dor, analgésicos, terapias complementares.

Resumo

Objetivo: Analisar a prevalência de dor crônica em pacientes oncológicos, que se encontravam em seguimento de tratamento, no momento da pesquisa.

Métodos: Esse estudo epidemiológico observacional com delineamento transversal, foi realizado na unidade de tratamento oncológico, do hospital Nossa Senhora da Conceição em Tubarão, Santa Catarina.  Foram incluídos pacientes com tumores de cabeça e pescoço, pulmão e brônquios, mama, trato gastrintestinal, urogenital e ginecológico, em seguimento de tratamento via SUS, no período de outubro de 2021 a março de 2022. Em uma primeira oportunidade, utilizou-se um questionário autoaplicável, confeccionado pelos autores, para constatar a existência ou não de dor crônica. Posteriormente, ocorreu uma busca de dados no prontuário eletrônico, a fim de obter os dados sociodemográficos, farmacológicos e de evolução clínica dos pacientes.

Resultados: Foram entrevistados 254 pacientes em seguimento de tratamento para o câncer. Em geral houve uma prevalência de dor crônica em 50,4% dos participantes e a maior prevalência de dor crônica em mulheres, sendo 55,9% (p= 0.031). A intensidade de dor mais relatada foi a moderada, em 21% dos entrevistados e os tumores mais associados a dor crônica foram os de cabeça e pescoço (77,8%) e pulmão e brônquios (61,9%). Para o tratamento farmacológico 55,1% notou alívio após o uso, com uma alta taxa de AINES e opioides fortes entre os fármacos mais utilizados. 37% recorreram ao uso de tratamentos não farmacológicos, entre os principais estavam a fisioterapia, massagem e acompanhamento com psicólogo.

Conclusões: Os achados desse estudo indicaram uma alta prevalência de dor crônica em portadores de câncer, apesar de haver uma evolução quanto ao seu tratamento, tanto de maneira farmacológica como não farmacológica nos últimos anos. Mais pesquisas abordando dor crônica oncológica, são necessárias para traçar o perfil desses pacientes e melhorar o manejo dos mesmos.

 

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Biografia do Autor

Fernanda de Sá Branco, Universidade do Sul (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil.

Acadêmica do curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), em Tubarão, SC, Brasil.

Gabrielle Cristina Ferreira, Universidade do Sul (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil.

Acadêmica do curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), em Tubarão, SC, Brasil.

Jilielisson Oliveira de Sousa, Universidade do Sul (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil.

Mestre em Saúde e Sociedade pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em Mossoró, RN, Brasil. Médico pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, PB, Brasil. Doutorando em Ciências da Saúde na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), em Tubarão, SC, Brasil.

Fabiana Schuelter Trevisol, Universidade do Sul (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil.

Doutora em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, RS, Brasil; mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), em Tubarão, SC, Brasil; farmacêutica-bioquímica pela UNISUL. Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UNISUL, em Tubarão, SC, Brasil.

Daisson José Trevisol, Universidade do Sul (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil.

Doutor em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, RS, Brasil; Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), em Tubarão, SC, Brasil; farmacêutico-bioquímico pela UNISUL. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UNISUL, em Tubarão, SC, Brasil

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Publicado

2024-11-25

Como Citar

de Sá Branco, F., Cristina Ferreira, G., Sousa, J. O. de, Schuelter Trevisol, F., & José Trevisol, D. (2024). PREVALÊNCIA DE DOR CRÔNICA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS DE UM HOSPITAL NO SUL DE SANTA CATARINA. Scientia Medica, 34(1), e45771. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2024.1.45771

Edição

Seção

Artigos Originais