Espetáculos planetários e a devoração do tempo de vida: o funeral da rainha e a metarritualização midiática
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2025.1.46124Palavras-chave:
megaeventos, funeral da rainha Elizabeth II, massas virtuais, metaritualização midiática, colonização do tempo de vida.Resumo
A proposta do artigo é apresentar uma abordagem dos modos pelos quais as mídias digitais produzem a espetacularização, disseminação e multiplicação de imagens de determinados acontecimentos criando megaeventos midiáticos ou pseudo-eventos (Boorstin). O recorte escolhido foi o evento midiático de maior audiência de todos os tempos, o funeral da rainha Eizabeth II. A partir do pensamento de Harry Pross, que aponta a colonização de tempo de vida pela mídia e Dietmar Kamper, que trata da invasividade das imagens, o texto aborda o poder de inserção, absorção e perpetuação das imagens; a metarritualização midiática pela criação do espetáculo e pela produção simbólica.
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