Desmontar e remontar a história

crises sanitárias e imagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2024.1.44086

Palavras-chave:

Pandemia, Biopolítica, Montagem

Resumo

No presente artigo, investigamos os enquadramentos incidentes sobre os corpos adoecidos durante três crises sanitárias: o surto de febre amarela (1849-1906), a gripe espanhola (1918-1919) e a COVID-19 (2020-). A pesquisa é conduzida a partir da operação da montagem, conforme os postulados de Georges Didi-Huberman. Defendemos que este método, ao permitir aproximações entre cenas heterogêneas, nos ajuda a enquadrar o enquadramento, a pensar suas operacionalidades e suas fraturas. Articulamos e relacionamos fotografias do acervo iconográfico do Instituto Oswaldo Cruz e imagens do documentário Estamos te esperando em casa (2021), de Cecília da Fonte e Marcelo Pedroso. Ao longo da investigação, percebemos que, apesar da predominância dos enquadramentos biopolíticos nas imagens, foi possível perceber uma potência de figuração, sobretudo quando a equipe médica aciona táticas para recriar condições de contato, seja entre os médicos e pacientes, seja entre os pacientes e seus familiares. Há uma agência que se acende em certas imagens que produz brechas e intervalos nas semânticas consensuais, trazendo outros mecanismos de legibilidade da história, do comum e da experiência, que diferem dos quadros de representação explicativos que somam violências simbólicas a sujeitos que já são alvos cotidianos de opressões.

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Biografia do Autor

Marcela Barbosa Lins, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (PPGCOM/UFPE), em Recife, PE, Brasil; e jornalista pela mesma instituição. Doutoranda em Comunicação Social na Universidade Federal de Minas Gerais (PPGCOM/UFMG), em Belo Horizonte, MG, Brasil, na linha de pesquisa Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades.

Ângela Cristina Salgueiro Margues, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

Doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (PPGCOM/UFMG), em Belo Horizonte, MG, Brasil; com pós-doutorado na Universidade Stendhal, Grenoble III, na França. Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (PPGCOM/ UFMG), em Belo Horizonte, MG, Brasil. Pesquisadora do CNPq.

Caio Dayrell Santos, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Graduou-se como jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, MG, Brasil. Doutorando em Comunicação Social no PPGCOM da UFMG, em Belo Horizonte, MG, Brasil.

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Publicado

2024-03-11

Como Citar

Barbosa Lins, M., Salgueiro Margues, Ângela C., & Dayrell Santos, C. (2024). Desmontar e remontar a história: crises sanitárias e imagem. Revista FAMECOS, 31(1), e44086. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2024.1.44086