Incongruências na prática jornalística
A (in)visibilidade das mulheres como fontes jornalísticas no programa Combate ao coronavírus
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2022.1.42390Palavras-chave:
Cobertura jornalística, Mulheres, Fonte jornalística, COVID-19, Programa Combate ao CoronavírusResumo
O artigo discute a ausência na produção jornalística de práticas de inclusão com enfoque em gênero. O recorte do estudo é a invisibilidade de fontes femininas no programa Combate ao coronavírus, exibido pela Rede Globo de Televisão. Foram selecionadas todas as 49 edições e analisou-se as fontes consultadas e citadas diretamente. A discussão fundamenta-se no gênero como perspectiva analítica em interface com os estudos do jornalismo. O artigo percorre a promoção da invisibilidade de fontes de mulheres especialistas e constata que o programa não reconheceu o protagonismo feminino ao não recorrer às mulheres como fontes jornalísticas. A discussão aponta para a prevalência de fontes masculinas especialistas na construção da notícia, apesar da presença majoritária de profissionais mulheres na área da saúde no Brasil.
Downloads
Referências
AMARAL, Muriel Emídio Pessoa do; ARIAS NETO, José Miguel. Política e perversão no impeachment de Dilma Rousseff. Chasqui – Revista Latinoamericana de Comunicación, Quito, n. 135, p. 55-70, 2017. https://doi.org/10.16921/chasqui.v0i135.3157.
ARENDT, Hannah A condição humana. Tradução de Roberto Raposo e revisão técnica e apresentação de Adriano Correia. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
ARENDT, Hannah. O que é política. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 2018.
BORGES, Juliana. Prisões: espelhos de nós. São Paulo: Todavia, 2020.
BUTLER, Judith. Vida precária: os poderes do luto e da violência. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
CARVALHO, Laura. Curto-circuito: o vírus e a volta do Estado. São Paulo: Todavia, 2020.
ERBOLATO, Mário L. Técnicas codificação em jornalismo: redação, captação e edição no jornal diário. São Paulo: Editora Ática, 1991.
FOWLER, Roger. Language in the news: discourse and ideology in the press. London: Routledge, 1994.
GOMES, Wilson. Jornalismo, fatos e interesses: ensaios de teoria do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2009. v. 1.
GLOBAL MEDIA MONITORING PROJETCT. Who makes the news. Brasil National Report. [S. l.]: Wacc Comunication for All, Code for Africa, 2020. Disponível em: https://whomakesthenews.org/wp-content/uploads/2021/07/1-Relatorio-GMMP-Brasil-portugues-12-07-21-completo-1.pdf. Acesso em: 3 nov. 2021.
HERNANDES, Elizabeth Sousa Cagliari; VIEIRA, Luciana. A guerra tem rosto de mulher: trabalhadoras da saúde no enfrentamento à COVID-19. In: ANESP. Brasília, DF, 2020. Disponível em http://anesp.org.br/todas-as-noticias/2020/4/16/a-guerra-tem-rosto-de-mulher-trabalhadoras-da-sade-no-enfrentamento-COVID-19. Disponível em: https://anesp.org.br/todas-as-noticias/2020/4/16/a-guerra-tem-rosto-de-mulher-trabalhadoras-da-sade-no-enfrentamento-covid-19#. Acesso em: 25 fev. 2020.
HOMEM, Maria. Lupa da alma: quarentena-revelação. São Paulo: Todavia, 2020.
LAGE, Nilson. Relacionamento do repórter com as fontes: procedimentos e teorias. Biblioteca Compós – Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Comunicação, 2000. p. 1-15. Disponível em: https://proceedings.science/compos-2000/papers/relacionamento-do-reporter-com-as-fontes--procedimentos-e-teoria?lang=pt-br. Acesso em: 24 fev. 2021.
PANORAMA LABORAL 2020. Lima: OIT / Oficina Regional para América Latina y el Caribe, 2020. 204 p. Disponível em: https://www.ilo.org/americas/publicaciones/WCMS_764630/lang--es/index.htm. Acesso em: 25 fev. 2020.
ROCHA, Paula Melani; DANCOSKY, Andressa Kikuti. A feminilização do jornalismo e a ausência de perspectiva de gênero nas editorias de tecnologia no Brasil. Intexto, Porto Alegre, n. 35, p. 119-136, 2016. https://doi.org/10.19132/1807-8583201635.119-136.
SAFFIOTI, Heleith I. B. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Caderno Pagu, Campinas, n. 16, p. 115-136, 2001.
SCHEFFER, M. et al. (coord.). Demografia Médica No Brasil 2018. São Paulo: Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo: Conselho Federal de Medicina, 2018. Disponível em: https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/DemografiaMedica2018.pdf. Acesso em: 25 fev. 2020.
SCOTT, Joan. Gênero, uma categoria útil de análise histórica. Revista Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 16, n. 2, p. 71-99, 1990.
SILVA, Marcia Veiga da. Masculino, o gênero do jornalismo: um estudo sobre modos de produção das notícias. 2010. Dissertação (Mestrado em Curso de Comunicação e Informação, Biblioteconomia e Comunicação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.
TORRES, Carmen. Género y comunicación: el lado oscuro de los medios. Santiago: Ediciones de la Mujeres, 2000.
TUCHMAN, Gayle. Making news: a study in the construction of reality. New York: The Free Press, 1978.
VILAÇA, Aparecida. Morte na floresta. São Paulo: Todavia, 2020.
WOITOWICZ, Karina J.; ROCHA, Paula M. Estudos de gênero no Jornalismo: perspectivas de análise das mulheres jornalistas e das representações femininas. In. WOITOWICZ, Karina J.; ROCHA, Paula M. (org.). Marcas & discursos de gênero: produções jornalísticas, representações femininas e outros olhares. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2014. p. 131-150.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista FAMECOS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.