Jogos de linguagem nas telas de Jorge Furtado
Juventude e outras fases
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2021.1.39501Palavras-chave:
Cinema, Jorge Furtado, Intertextualidade, Metalinguagem, JogosResumo
O objetivo deste trabalho é mapear ocorrências dialógicas em algumas das obras dirigidas e/ou roteirizadas por Jorge Furtado, observando como a construção do elemento lúdico se dá intertextualmente pelo imbricamento de uma variedade de plataformas discursivas, sobretudo a partir dos jogos, eletrônicos e metafóricos, presentes em longas-metragens de Furtado e em outros projetos audiovisuais corroteirizados por ele, especialmente Houve uma vez dois verões (2002), O homem que copiava (2003), Meu tio matou um cara (2004) e Saneamento básico, o filme (2007). Com isso, pretende-se examinar nos textos selecionados categorias narratológicas, como enredo e personagem, enquanto unidades propulsoras, especialmente, da linguagem dos videogames, que adquire entrâncias cada vez mais relevantes nos estudos acadêmicos e que, para estabelecer uma gramática específica, desdobrou-se, assim como o próprio cinema, em muitos momentos, pelas relações estabelecidas com outras práticas artísticas. O artigo viabiliza, desse modo, uma leitura das aproximações fílmicas e audiovisuais em interface com a ludicidade alcançada pelos jogos, estética e tematicamente evocados, o que acaba gerando uma reelaboração no trato da mensagem e formas outras de ressignificar o laço narrativo com a recepção.
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Referências
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