Carnaval/Cannibal
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2005.28.3332Palavras-chave:
Hégémonie, Domination, CarnavalisationResumo
Dans ce sens, on peut même dire que l’hégémonie met fin à la domination(La domination se caractérise par la relation maître / esclave - qui est encore une relation duelle, avec un potentiel d’aliénation, de rapports de force et de conflits). Nous intériorisons l’Ordre mondial et son dispositif opérationnel, dont nous sommes les otages bien plus que les esclaves. Le consensus, volontaire ou involontaire, s’est substitué à la bonne vieille servitude. Si la domination passait par un système autoritaire de valeurs positives, l’hégémonie contemporaine passe au contraire par une liquidation symbolique de toutes les valeurs. Dans cette confusion vient s’abîmer la domination elle-même. Toutes les significations viennent s’abolir dans leur propre signe et la profusion des signes parodie une réalité désormais introuvable. C’est ce que j’appellerais la “carnavalisation”, et toute cette mascarade occidentale repose sur la cannibalisation de la réalité par les signes.
A hegemonia acaba com a dominação (caracterizada pela relação senhor/escravo que é ainda uma relação dual, com um potencial de alienação, de relações de força e de conflitos). Nós interiorizamos a ordem mundial e seu dispositivo operacional, dos quais somos todos reféns bem mais que escravos. O consenso, voluntário ou involuntário, substituiu a boa e velha servidão. Se a dominação passava por um sistema autoritário de valores positivos, a hegemonia contemporânea passa, ao contrário, por uma liquidação simbó- lica de todos os valores. Nessa confusão vem afundar-se a própria dominação. Todas as significações vêm se abolir no seu próprio signo e a profusão de signos parodia uma realidade que doravante não pode ser encontrada. É o que eu chamaria de carnavalização, e toda essa farsa ocidental repousa na canibalização da realidade pelos signos.
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