O resto do tempo
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.1999.10.3029Palavras-chave:
Comunicação, filosofia, tempoResumo
Existem gerações do real assim como há gerações demográficas ou culturais. A realidade nunca é dada de antemão, mas adquirida, gerada pelo desenvolvimento das sociedades. Mesmo se a pedra permanece pedra, mesmo se a montanha continua no seu lugar, a maneira de captar a realidade varia ao ritmo da evolução do conhecimento. Aqui, como em outros domí- nios, já não estamos nos espaço e no tempo absolutos de Newton e mais alguns, mas no espaço-tempo da relatividade geral. Incessantemente nossa espécie deriva de uma geração de realidade para outra, através de um movimento de desrealização que comporta duas fases principais: uma fase de simulação da realidade, relativa ao campo das representações filosófica, científica ou artística; e uma fase, geralmente não percebida, de substituição, na qual o real da geração precedente cede lugar ao da nova.Downloads
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