Jovem Guarda versus MPB: A construção midiática da guerra
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2018.3.29728Palavras-chave:
Música popular. Jovem Guarda. MPBResumo
A década de 60 assistiu à reorganização das relações de poder na música popular brasileira, a partir da emergência de uma nova geração de artistas jovens. Se hoje são classificados em dois grandes grupos tidos como antagônicos, Jovem Guarda e MPB, trata-se, em larga medida, das consequências de uma "guerra" que se forjou naquela mesma década, tendo a televisão como palco privilegiado, mas também se desdobrando em revistas, jornais, cinema e rádio. Utilizando-se da análise do discurso de viés boudiesiano, o estudo de algumas de suas “batalhas” destacadas, busca compreender de que forma essas disputas e tensões afetaram decisivamente as hierarquias da música popular dos anos 60. Ao longo do texto, percebe-se que a divisão em grupos não é somente o resultado das diferenças inegáveis de repertório, classe social e inclinação ideológica dos protagonistas, mas antes é um resultado da “guerra” que através de estratégias discursivas instrumentalizou a separação e acabou por nublar uma série de trânsitos, encontros e demandas que MPB e Jovem Guarda experimentaram.
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