As narrativas portuguesas sobre naufrágios e o texto do jornalismo literário
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2016.s.24898Palavras-chave:
Relatos de navegação, navegadores, naufrágiosResumo
Entre os séculos XVI e XVII, os portugueses praticamente dominaram as rotas mundiais de navegação. Embarcar e viver - de algum modo - relacionado às viagens ultramarinas não era para poucos. Ao contrário. Era para muitos. Da população de Portugal daquela época, cerca de 1,5 milhão de habitantes - 280 mil no início e 360 mil no final do século - cerca de 25% andavam embarcados ou estavam diretamente envolvidos com os negócios da navegação. Este artigo busca analisar três relatos trágico-marítimos entre os 12 coletados por Gomes de Brito. A escolha se dá porque estes têm relação direta com o Brasil. Como se verá adiante, os textos selecionados - que tratam de dor, medo, morte e sobrevivência - apresentam indícios do jornalismo, como objetividade, clareza e informação. Ao mesmo tempo, contêm ingredientes essenciais do jornalismo literário, como subjetivismo, estratégias literárias, detalhamento de cenas e ambientes e a relação entre realidade e ficção. Tudo, no entanto, parece tornar verídicas as narrativas. E verossímeis a ficção.
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