Sobre lugares de crimes e castigos: periferia e imaginário colonial
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2016.1.20928Palavras-chave:
Jornalismo, periferia, narrativaResumo
A discussão do imaginário promove uma aproximação com valores, seus mecanismos subjetivos e afetivos em textos midiáticos de gêneros distintos como o noticiário e o cinema. Trabalha-se a pertinência da categoria de cronotopo para abordar a forma específica de tratar narrativas sobre acontecimentos ocorridos em espaços periféricos, ao mesmo tempo em que se busca subverter a premissa da objetividade na sua produção. No caso do noticiário jornalístico e filmes nacionais sobre as periferias nacionais e metropolitanas há uma exploração de sua espacialidade enquanto lugares que recorrentemente evocam crimes e uma suposta prescrição de correspondentes castigos. Como resultado, encontramos a precedência do imaginário colonial enquanto mediação necessária e fonte de dotação de sentido nos textos midiáticos, o qual permite por em cheque a sua unicidade e a sua linearidade aparentes.Downloads
Referências
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CIDADE dos Homens. Direção: César Charlone, Eduardo Tripa, Fernando Meirelles, Kátia Lund, Paulo Morelli, Regina Casé. Rio de Janeiro: Som Livre, 2003. Série de TV.
FALA Tu. Direção: Guilherme Coelho. Rio de Janeiro: Vídeofilmes, 2003.
NOTÍCIAS de uma guerra particular. Direção: João Moreira Salles. Produção: Kátia Lund. Rio de Janeiro: Vídeofilmes, 1999.
ÔNIBUS 174 ,Direção: Felipe Lacerda e José Padilha. Rio de Janeiro: Vinny Filmes, 2002.
TROPA de Elite. Direção: José Padilha. Rio de Janeiro: Paramount/Universal, 2007.
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