A (im)possibilidade do “conhecimento” de Deus em Kant: o Sumo Bem, objeto necessário da razão

Autores/as

  • Luiz Rohden Universidade do Vale do Rio dos Sinos
  • Valdinei Vicente de Jesus Universidade Federal do Acre

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2016.3.18768

Palabras clave:

Conhecimento. Dignidade de ser feliz. Filosofia da religião. Kant. Sumo bem.

Resumen

O sumo bem, tal qual apresentado na CRPr, consiste na união da moralidade com a felicidade. Como esta ligação não pode ser assegurada necessariamente pelo próprio homem durante a sua finita e imperfeita existência, resta que se existe uma síntese; a mesma apenas pode ser elucidada em um suposto juízo sintético a priori que possa unir a vida terrena virtuosa com a felicidade post mortem que é o que parece exigir uma síntese desta natureza (CRPr, A 215). Frente a esta questão, defendemos que há boas razões para sustentar que o sumo bem é um objeto necessário da razão prática pura com base no pressuposto metafísico da constituição peculiar da faculdade de apetição de seres racionais finitos sem comprometer, com isso, o caráter de universalidade desta pretensão. O artigo culmina apontando alguns pontos de vista de aproximação da figura do sumo bem deixando claro que não há uma prova cabal; mas a fecundidade de um conjunto de perspectivas teóricas e práticas que permitem uma série de aproximações desse conceito até o ponto em que, por razões bem fundamentadas, não parece mais razoável sustentá-lo apenas como um ideal meramente dialético.

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Biografía del autor/a

Luiz Rohden, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (1990), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1994), doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000) [doutorado Sanduíche pela Universidade de Heidelberg], pós-doutorado em Filosofia pelo Boston College - EUA (2006). Atualmente é Professor Titular I da Universidade do Vale do Rio dos Sinos e Bolsista PQ2 do CNPQ. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia da Linguagem, Metafísica, Ontologia, Fenomenologia, Hermenêutica, Filosofia Antiga, atuando principalmente nos seguintes temas: hermenêutica filosófica e metodológica, linguagem, jogo, dialética.

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Publicado

2017-01-05

Cómo citar

Rohden, L., & de Jesus, V. V. (2017). A (im)possibilidade do “conhecimento” de Deus em Kant: o Sumo Bem, objeto necessário da razão. Veritas (Porto Alegre), 61(3), 440–455. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2016.3.18768

Número

Sección

Epistemologia, Linguagem e Metafísica