Toxoplasmose congênita em crianças sul-americanas
Palavras-chave:
TOXOPLASMA GONDII / genetics, TOXOPLASMA GONDII / pathogenicity,Resumo
OBJETIVOS: revisar o conhecimento atual sobre toxoplasmose congênita na América do Sul e traçar algumas hipóteses para futura pesquisa. FONTE DE DADOS: busca nas bases de dados Pubmed e Scielo por artigos sobre características clínicas de coortes de crianças com toxoplasmose congênita na América do Sul e estudos comparativos entre América do Sul e outros continentes. SÍNTESE DOS DADOS: uma análise sistemática de dados primários obtidos durante programas de triagem mostrou que o risco de lesões oculares foi muito maior na coorte de crianças da América do Sul (47%, 18/38) do que nas européias (14%, 79/550). O risco bruto de lesões intracranianas foi muito maior na coortes da América do Sul (53%, 20/38) do que nas da Europa (9%, 49/550). Em uma coorte colombiana constatou-se 11% de mortalidade. Adicionalmente, uma coorte prospectiva, que comparou crianças com toxoplasmose congênita do Brasil e da Europa, mostrou que nas crianças brasileiras as lesões oculares foram maiores, mais numerosas e com maior probabilidade de atingir o polo posterior da retina do que nas européias. A presença de cepas de Toxoplasma gondii diferentes das da Europa e dos Estados Unidos pode explicar a maior gravidade da toxoplasmose congênita na América do Sul. CONCLUSÕES: a toxoplasmosis congênita na América do Sul parece ser mais frequente e as crianças infectadas são mais sintomáticas do que na Europa e na América do Norte. A pesquisa sobre novas drogas e vacinas deve ser prioritária, para melhorar os indicadores de saúde nas crianças da América do Sul.Downloads
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