Edema hemorrágico agudo da infância: uma vasculite com bom prognóstico

Autores

  • Ana Catarina Lacerda Centro Hospitalar Barreiro Montijo
  • Sofia Silva Centro Hospitalar Barreiro Montijo
  • Margarida Rafael Centro Hospitalar Barreiro Montijo
  • Susana Correia Centro Hospitalar Barreiro Montijo
  • Carlos Barradas Centro Hospitalar Barreiro Montijo
  • Susana Castanhinha Centro Hospitalar Barreiro Montijo

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2015.3.21381

Palavras-chave:

edema hemorrágico agudo da infância, vasculite, púrpura, edema, criança.

Resumo

Objetivos: Relatar dois casos de edema hemorrágico agudo da infância, que consiste numa vasculite rara, caracterizada por lesões cutâneas purpúricas e edema periférico, sem envolvimento sistêmico (excetuando-se a febre), que tem início súbito, curso benigno e evolui espontaneamente para a cura.

Descrição dos casos: Os autores apresentam dois casos de crianças do sexo masculino, com 11 e 12 meses de idade, que foram atendidos no serviço de urgência por febre e lesões purpúricas exuberantes de agravamento progressivo. O diagnóstico de edema hemorrágico agudo da infância foi feito por exclusão e sustentado pelo fato de que, apesar da impressionante apresentação cutânea, ambos os lactentes apresentavam um ótimo estado geral e a tríade clássica desta entidade: febre, edema e lesões purpúricas da face, orelhas e extremidades. Houve regressão total das lesões cutâneas em aproximadamente uma semana, sem sequelas em ambos os casos.

Conclusões: Existem pouco mais de 100 casos publicados mundialmente de edema hemorrágico agudo da infância. A raridade dessa vasculite pode dever-se a um subdiagnóstico ou diagnóstico equivocado de outras vasculites leucocitoclásticas, principalmente a Púrpura de Henoch-Schönlein. Além desta, existem outras doenças a considerar no diagnóstico diferencial, como meningococemia, doença de Kawasaki e eritema multiforme, que apresentam similaridades, mas ao mesmo tempo características distintas que permitem excluí-las. É fundamental o diagnóstico oportuno do edema hemorrágico agudo da infância, de modo a evitar exames complementares e terapêuticas desnecessárias, além de tranquilizar a família quanto ao bom prognóstico da doença.

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Publicado

2015-11-17

Como Citar

Lacerda, A. C., Silva, S., Rafael, M., Correia, S., Barradas, C., & Castanhinha, S. (2015). Edema hemorrágico agudo da infância: uma vasculite com bom prognóstico. Scientia Medica, 25(3), ID21381. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2015.3.21381

Edição

Seção

Relatos de Casos

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