Impacto das crises convulsivas neonatais no prognóstico neurológico durante os primeiros anos de vida

Autores

  • Bruna Finato Baggio Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Diego Ustárroz Cantali Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Rodolfo Alex Teles Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Magda Lahorgue Nunes Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Convulsões, Epilepsia, Infância, Distúrbios do sono, Desenvolvimento infantil.

Resumo

OBJETIVOS: Avaliar o prognóstico clínico-neurológico de crianças que apresentaram crises convulsivas no período neonatal, verificando a incidência e o impacto da ocorrência de epilepsia pós-neonatal em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor e qualidade do sono. MÉTODOS: Realizou-se um estudo transversal em uma coorte histórica de recém-nascidos que apresentaram crises convulsivas confirmadas por observação clínica e eletroencefalograma ou vídeo-eletroencefalograma, durante internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre/RS, entre janeiro de 2004 e dezembro de 2009. As crianças foram avaliadas quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor (teste de Denver II), hábitos do sono (Inventário dos Hábitos de Sono para Crianças Pré-escolares) e ocorrência de epilepsia pós-neonatal. RESULTADOS: O grupo com seguimento foi constituído por 12 meninos e 10 meninas com idade variando entre 2 e 6 anos. Dez pacientes (45,5%) apresentavam epilepsia pós-neonatal. Todas as crianças com epilepsia apresentaram resultado anormal ou questionável no teste de Denver II. As médias do escore total do Inventário do Sono e das suas subescalas demonstraram um predomínio de bom padrão de sono em ambos os grupos (com e sem epilepsia). Os escores variaram de 5 a 59 (média 34,84±14,61), sendo que as crianças com epilepsia apresentaram os escores mais baixos no Inventário do Sono, sugerindo melhores hábitos de sono. A diferença do escore de sono entre os dois grupos foi de 13.25 (intervalo de confiança 95% 1,39 a 25,11; p = 0,030). CONCLUSÕES: O estudo evidenciou alta incidência de epilepsia após crises convulsivas neonatais e associação de epilepsia com indicadores de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. A qualidade do sono apresentou-se de forma regular na amostra estudada.

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Biografia do Autor

Bruna Finato Baggio, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Fisioterapeuta. Mestre em Neurociências.

Diego Ustárroz Cantali, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Acadêmico do curso de Medicina.

Rodolfo Alex Teles, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Fisioterapeuta. Mestre em Neurociências.

Magda Lahorgue Nunes, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Neurologista Infantil. Doutora em Neurociências. Professora Adjunta de Neurologia da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS

Publicado

2012-12-21

Como Citar

Baggio, B. F., Cantali, D. U., Teles, R. A., & Nunes, M. L. (2012). Impacto das crises convulsivas neonatais no prognóstico neurológico durante os primeiros anos de vida. Scientia Medica, 22(4), 179–184. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/view/11992

Edição

Seção

Artigos Originais