A produção de sentidos no telejornalismo: a saúde pública e o mito em Roland Barthes

Autores

  • Florentina das Neves Souza Universidade Estadual de Londrina
  • Reinaldo César Zanardi Universidade Norte do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.3.14071

Palavras-chave:

Jornal Nacional, Mito, Saúde pública.

Resumo

A imagem, como superfície que representa o mundo, fornece elementos para a constituição do mito a partir da fala selecionada em um contexto histórico-social-ideológico. O mito, como fala, está atrelado de tal forma à linguagem que precisa desta para a sua constituição. Roland Barthes defende que o mito é uma fala, e, este é o ponto de partida deste artigo que tem como objetivo discutir o mito e suas estruturas, usando como exemplos re-portagens sobre a saúde pública, veiculadas no Jornal Nacional (JN), em 2011. O corpus do trabalho considera 42 reportagens, com um total de 133 minutos e 49 segundos. O resultado mostra que o enfoque das reportagens é predominantemente negativo. Superlotação, longa fila de espera, demora e falta de atendimen-to, peregrinação, são falas selecionadas pelo JN que ajudam a construir o mito da ineficiência da saúde pública no país.

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Biografia do Autor

Florentina das Neves Souza, Universidade Estadual de Londrina

Doutora em Comunicação pela USP, docente do programa de mestrado em Comunicação - UEL

Reinaldo César Zanardi, Universidade Norte do Paraná

Mestre em Comunicação pela UEL, docente do curso de comunicação da Universidade Norte do Paraná

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Publicado

2014-01-14

Como Citar

Souza, F. das N., & Zanardi, R. C. (2014). A produção de sentidos no telejornalismo: a saúde pública e o mito em Roland Barthes. Revista FAMECOS, 20(3), 730–755. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.3.14071

Edição

Seção

Jornalismo